
Como funciona
O método é dividido em quatro etapas. As duas primeiras são chamadas de fase ataque e fase cruzeiro, respectivamente, e são destinadas ao emagrecimento. As outras duas fases, consolidação e estabilização, consistem em se manter o peso alcançado. Em nenhuma delas é permitido o consumo de gordura, fritura, gema de ovo e bebida alcoólica. A dieta se baseia em quatro princípios básicos: peso ideal, caminhada, farelo de aveia e alimentos recomendados.
A fase ataque pode durar de dois a dez dias. Nela, a pessoa precisa ingerir uma e meia colher de farelo de aveia diariamente, além de consumir apenas proteína pura. Segundo o site do nutrólogo francês criador da dieta Dukan, uma pessoa pode perder 4,5 quilos em dois dias, e até 18 quilos em seis. A segunda fase, cruzeiro, dura até que você alcance o peso desejado.

A fase consolidação, como o próprio nome sugere, consiste em se manter o peso desejado. O tempo de duração é de 10 dias para cada quilo eliminado, ou seja, se você perdeu 10 quilos, deve seguir nessa etapa por 100 dias. Arroz, frutas e pão podem retornar ao cardápio. Dois jantares sem nenhuma regra também estão previstos. Por último, a fase estabilização permite que você volte à sua rotina normal de alimentação, exceto na quinta-feira. Nesse dia, a pessoa deve comer apenas proteína.
Entenda os riscos
O resultado da dieta Dukan pode parecer rápido e satisfatório, mas é preciso compreender as implicações desse método para a saúde. Segundo a nutricionista Milene Cristina do Carmo Henriques, professora da PUC Minas, eliminar totalmente o carboidrato do cardápio alimentar não é uma boa medida. "Ele é nossa fonte de energia. Quando a gente deixa de comer esse nutriente, uma das primeiras consequências para o nosso organismo é o desânimo, a tontura e problemas de memória. O carboidrato é como se fosse a gasolina para o carro. O nosso corpo diminui o metabolismo, nos deixa mais lentos e apáticos, como forma de manter o pouco de energia para o funcionamento dos órgãos vitais. O carboidrato só pode ser considerado vilão quando consumido de forma exagerada", explica a nutricionista.
Além disso, a especialista não recomenda uma dieta à base de proteína, como é indicada no método de Dukan. "Quando a gente come uma quantidade muito grande desse nutriente, acaba ingerindo gordura, mesmo que a pessoa faça a escolha por carne magra. Querendo ou não, uma parte disso é gordura saturada e colesterol. Outro risco é que nosso rim é o órgão responsável por eliminar parte de aminoácido que o organismo não vai usar. Quando se come uma quantidade exagerada de proteína, acaba fazendo uma sobrecarga renal. Ao longo do tempo, pode levar ao desenvolvimento de uma insuficiência renal", alerta Milene Cristina.
A professora não recomenda métodos padronizados. De acordo com ela, cada pessoa possui uma rotina específica, portanto, deve ser acompanhada individualmente por um profissional. "As dietas prontas não funcionam para todo mundo. É preciso que a gente entenda o metabolismo de cada pessoa. Outro ponto importante de uma dieta é a adequação à rotina, que só é possível com o acompanhamento pessoal. A chance de sucesso de uma dieta individual é muito maior do que a das prontas", defende a nutricionista.