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Estado de Minas BEM-ESTAR

Amamentar o bebê até os seis meses pode evitar leucemia

Segundo estudo, a incidência da doença foi 19% menor nas crianças que foram amamentadas até esse período, em comparação com as que não se aproveitaram do aleitamento materno


postado em 16/06/2015 08:39

Após a análise de milhares de casos de crianças que tiveram ou não leucemia entre 1960 e 2014, foi detectado que as que mamaram até os seis meses tiveram menor incidência da doença(foto: E-hospital.co.uk/Reprodução)
Após a análise de milhares de casos de crianças que tiveram ou não leucemia entre 1960 e 2014, foi detectado que as que mamaram até os seis meses tiveram menor incidência da doença (foto: E-hospital.co.uk/Reprodução)
O câncer infantil é uma das principais causas de mortalidade entre crianças e adolescentes nos países desenvolvidos no mundo e a incidência aumenta 0,9% a cada ano. A leucemia é responsável por cerca de 30% de todos os cânceres infantis e já foi demonstrado que a causa é genética, mas pouco ainda se conhece sobre os fatores que determinam a ocorrência das mutações ou que fazem com que estas deflagrem a doença.

Publicada em junho de 2015, no Journal of American Medical Association Pediatrics, uma nova análise de estudos antigos revela que crianças que receberam leite materno por pelo menos seis meses podem ter um risco menor de desenvolver leucemia na infância em relação àquelas que não foram amamentadas no peito. Segundo a pesquisa, a incidência de leucemia em crianças que tomaram leite materno foi 19% menor comparada aquelas que não foram amamentadas.

O autor da pesquisa, Efrat L. Amitay, da Universidade de Haifa, em Israel, reuniu 18 estudos que abordavam mais de 10 mil casos de leucemia e 17,5 mil crianças que não tinham a doença. Tais estudos foram publicados entre 1960 e 2014.

Segundo o médico Paulo Taufi Maluf Júnior, oncologista pediátrico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, os estudos indicam que o leite materno contém anticorpos produzidos pela mãe que promovem uma comunidade saudável de bactérias no intestino das crianças, e influenciam o desenvolvimento do sistema imunológico delas.

Outra possibilidade, como explica o especialista, é que o leite materno mantém os níveis de pH no estômago das crianças em um patamar que promove a produção de proteínas benéficas, que podem ter a habilidade de matar células do câncer. O leite materno também possui células-tronco, que têm propriedades similares às dos embriões, ou seja, podem ajudar o sistema imunológico na luta contra o câncer.

"A nova análise serve para reforçar ainda mais a importância do aleitamento materno e as recomendações dadas aos pais na prevenção de doenças, além de enfatizar a necessidade de maior aceitação social da amamentação", afirma o oncologista Paulo Maluf.

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