Depois da doença da "vaca louca", das gripes aviária e suína, o novo perigo é chamado de MERS ou Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Após afetar a Arábia Saudita, o coronavírus está atuando fortemente na Coreia do Sul, onde já deixou mais de 154 pessoas infectadas e 19 mortos. A Alemanha também já registrou uma vítima da enfermidade. A doença aponta uma taxa de letalidade de aproximadamente 35%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cujo comitê de emergência se reuniu na terça-feira, 16 de junho, para discutir a evolução da MERS na Coreia do Sul.
A síndrome é transmitida por secreção respiratória. Segundo a infectologista Marise Fonseca, coordenadora do Ambulatório do Viajante da Faculdade de Medicina da UFMG, o vírus pode se espalhar por meio da tosse, espirro e até mesmo da fala. "Para isso, é necessário um contato íntimo. É mais fácil a doença ser transmitida para quem cuida do enfermo", diz a especialista.
Os sintomas são, especialmente, respiratórios. Febre, tosse, falta de ar, diarreia e vômitos são os principais indícios. Não existe vacina ou remédio específico. Os pacientes recebem tratamento médico para amenizar os sintomas. Segundo uma equipe da OMS que visitou Seul, o foco da doença representa um desafio "complexo" e mais casos devem ser registrados.
MERS x SARS
A MERS e a SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) são causadas por um coronavírus da mesma família. A primeira foi identificada na Arábia Saudita em 2012 e é mais letal, embora não se espalhe tão facilmente, pelo menos, por enquanto. Existe forte suspeita de que ela tenha se originado nos camelos.
A SARS surgiu em 2002, na China, espalhando-se por vários países e provocando cerca de 800 mortes. A epidemia foi controlada em 2003.
Chega ao Brasil?
Apesar da agência de saúde da ONU falar que a doença encontra-se confinada em hospitais, a professora Marise Fonseca não descarta a possibilidade da MERS chegar ao Brasil. "Qualquer doença tem esse risco. Com a quantidade de 'vizinhos' no planeta, e com tantas viagens internacionais, existe o risco. Vai depender do contato com esses países, mas, é possível sim", afirma a infectologista.
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