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Como as crianças lidam com pais transgêneros?

História do casal americano em que pai e mãe são transgêneros levantou polêmica na internet e reacendeu a discussão sobre discriminação e convívio familiar


postado em 24/07/2015 09:43

Nick e Bianca Bowser são um casal transgênero, em que ela nasceu homem e ele nasceu mulher, e que já tiveram dois filhos, Kai e Pax(foto: Static.origos.hu/Reprodução)
Nick e Bianca Bowser são um casal transgênero, em que ela nasceu homem e ele nasceu mulher, e que já tiveram dois filhos, Kai e Pax (foto: Static.origos.hu/Reprodução)
O casal Bowser, de Kentucky, nos Estados Unidos, está longe de ser uma família tradicional. Bianca, de 33 anos, nasceu como Jason e, há 12 anos, decidiu assumir a identidade feminina. Já Nick, de 28, foi registrado como Nicole, mas, desde 2007, vive como se fosse um homem. Os dois se juntaram em 2009, e já têm dois filhos. Neste caso, quem engravidou foi o "pai".

Ambos mantiveram os órgãos sexuais originas porque não puderam arcar com cirurgias de mudança de sexo. De acordo com o jornal britânico Daily Mail, o custo para transformar o órgão masculino em feminino pode chegar a R$ 57 mil. Já a cirurgia inversa é avaliada em R$ 114 mil.

Bianca e Nick são pais de Kai, 4 anos, e de Pax, de apenas um ano. O casal decidiu que contaria sobre a troca de papéis somente quando o mais novo completasse 6 anos.

Como as crianças lidariam com uma situação como essa, em que os dois progenitores são transgênero?

Segundo o psicólogo Paulo Ceccarelli, doutor em Psicopatologia e Psicanálise pela Universidade de Paris VII, certamente existirá um choque social devido às provocações das pessoas que estão "de fora" do relacionamento. Porém, não há como prever a reação dos garotos. "Pode ser que eles tenham problemas, assim como qualquer outra criança", afirma o especialista.

O psicólogo alerta que muitos assassinos e drogados, por exemplo, são provenientes de uma família tradicional. De acordo com ele, o modelo comum não é sinônimo de um comportamento social considerado normal. "O que vai definir o futuro dos filhos não são os gêneros e as opções sexuais dos pais, mas a relação de quem vai acolher essa criança, no mundo", diz Paulo Ceccarelli.

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