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Estado de Minas BEM-ESTAR

Será que cravo e citronela realmente afastam o Aedes aegypti?

De acordo com especialista, alguns óleos essenciais têm poder repelente contra o mosquito transmissor do zika vírus, da dengue e da chikungunya


postado em 23/02/2016 08:35

Segundo a bióloga, o óleo essencial presente no cravo da Índia é ótimo para ser usado como repelente de mosquitos e pernilongos, como o Aedes aegypti(foto: Pixabay)
Segundo a bióloga, o óleo essencial presente no cravo da Índia é ótimo para ser usado como repelente de mosquitos e pernilongos, como o Aedes aegypti (foto: Pixabay)
Verão, época de muito calor e, ao mesmo tempo, chuvas torrenciais. Esta é a combinação perfeita para a proliferação do Aedes aegypti, o pequeno, porém temido mosquito transmissor de doenças que têm causado maior preocupação nos brasileiros, atualmente: dengue; chikungunya; e, recentemente, o zika vírus.

Para tentar evitar a contaminação por essas enfermidades, a população brasileira corre às farmácias em busca de repelentes. O que pouca gente sabe é que plantas bastante populares, como o cravo e a hortelã-pimenta, possuem substâncias igualmente capazes de repelir o temido Aedes aegypti. "Algumas plantas possuem elementos voláteis, que servem para protegê-las do ataque de insetos, e isso inclui os pernilongos e mosquitos", explica Ana Cristina Sanches, aromaterapeuta e bióloga do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas.

Ela está desenvolvendo, em laboratório, repelentes naturais à base de óleos essenciais extraídos de diversas plantas. Além da citronela, já conhecida como uma arma para afastar mosquitos, o tomilho – erva muito utilizada como tempero –, o cedro e o patchouli também estão sendo testados pela especialista. Portanto, apenas a presença desses vegetais no ambiente não significa proteção contra mosquitos e pernilongos.

A bióloga esclarece que os óleos essenciais possuem diversas propriedades que podemos explorar, mas é preciso estudá-los a fundo para entender como podem nos beneficiar. "Alguns óleos, como o do gerânio, além de repelentes, são excelentes aromatizadores e, ainda, ajudam no rejuvenescimento e no equilíbrio hormonal feminino", esclareec Ana Cristina Sanches. Segundo ela, não se pode utilizar os óleos essenciais deliberadamente, pois existem concentrações adequadas para cada finalidade.

Mesmo com o desenvolvimento de novos produtos para afastar o Aedes aegypti, a especialista reforça que os cuidados básicos de prevenção do mosquito devem ser prioridade, principalmente não deixar água parada, sempre verificando os pratinhos das plantas e os recipientes utilizados por animais domésticos. Ela recomenda também a utilização de inseticida à base de óleo de neem (popularmente conhecida como amargosa), que é vendido em lojas agropecuárias – deve-se seguir as instruções contidas no rótulo do produto.

Adaptação aos centros urbanos

Há algum tempo, acreditava-se que o mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do zika vírus possuía hábitos diurnos, picando mais frequentemente enquanto houvesse luz do Sol. Entretanto, o Aedes aegypti conseguiu se adaptar à rotina das grandes cidades e também passou a representar um risco durante noite.

Segundo a bióloga Ana Cristina Sanches, o inseto se esconde em locais mais escuros dentro das casas, principalmente debaixo de armários, camas e outros móveis. "Ele fica escondido, mas acorda assim que alguém acende a luz. Desta forma, ele entra em atividade e volta a picar", explica a bióloga do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas.

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