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Estado de Minas MINAS

Palma é uma ótima solução para a alimentação animal no norte de Minas Gerais

Fonte de água e energia para o rebanho, planta se adapta a longos períodos de estiagem e exige poucos recursos hídricos para o plantio


postado em 13/07/2016 11:01

A palma não pode ser a única fonte de alimento do rebanho, mas é capaz de suprir água e energia para o animal, podendo substituir em até 70% o consumo de milho(foto: Emater/Divulgação)
A palma não pode ser a única fonte de alimento do rebanho, mas é capaz de suprir água e energia para o animal, podendo substituir em até 70% o consumo de milho (foto: Emater/Divulgação)
Produtores rurais do norte de Minas Gerais estão investindo no cultivo da palma forrageira como opção para complementar a alimentação do rebanho leiteiro, principalmente em tempos de seca. Sem depender diretamente da chuva, a planta serve de alimento para bois, cabras e ovelhas, além de ajudar na hidratação dos animais, já que é constituída por até 90% de água.

Os produtores contam com o apoio da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), no fornecimento de mudas da planta e na capacitação do cultivo.

Na unidade da Epamig na cidade de Nova Porteirinha estão sendo pesquisadas duas variedades da palma forrageira, a chamada palma gigante e a miúda ou doce. "Elas são totalmente diferentes, tanto em desenvolvimento, tamanho da raquete e nutrientes. Queremos descobrir qual a melhor opção para a região, mas hoje trabalhamos mais com a palma gigante", conta pesquisadora Polyanna Oliveira, chefe-geral da Epamig Norte.

O coordenador técnico da Emater em Janaúba, André Caxito, conta que a palma, amplamente difundida no nordeste do Brasil, começou a ter seu uso mais amplo no norte de Minas Gerais há quatro anos. Neste período, 200 mil mudas (raquetes) foram distribuídas para produtores de 27 municípios.

"Quem recebia a palma firmava o compromisso conosco de, no primeiro ano de colheita, disponibilizar pelo menos 10% das mudas para outros produtores. Assim, fomos multiplicando a cultura na região, pois ela consegue aguentar os longos períodos de estiagem que estamos passando aqui", afirma o representante da Emater.

Complementação de dieta

Apesar de oferecer muita água e ser fonte de energia para o animal – podendo substituir em até 70% a energia fornecida pelo milho – a palma tem baixo teor de fibra, proteína e matéria seca. Portanto, ela não deve ser utilizada como única fonte de alimento para os bovinos, e sim como complementação da dieta.

"É necessário compensar a baixa quantidade de proteína. A palma pode participar em até 50% da matéria seca da alimentação dos animais, combinada com outro volumoso, como, por exemplo, silagem de sorgo, milho, mileto ou cana", recomenda Jair Mendes, técnico da Epamig no Vale do Jequitinhonha.

A grande vantagem da palma é que, além de ser uma boa opção para a dieta dos animais, ela se sobressai em condições de seca. Em um hectare de terra, é possível obter mais de 100 toneladas de palma forrageira, com custo baixo e pouca água.

"Muitas vezes o produtor planta milho ou sorgo, mas a estiagem entre uma chuva e outra o faz perder a lavoura e ter prejuízos. A palma aguenta essas condições", destaca Mendes. Além disso, estima-se que o gado consuma cerca de 20% a menos de água ao receber a palma em sua dieta.

(com Agência Minas)

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