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Estado de Minas SAÚDE

Tomossíntese fornece melhor diagnóstico do câncer de mama, mas também gera falsos-positivos

As imagens 3D do exame ajudam a detectar de forma mais precisa o tumor e demanda maior capacidade de leitura dos dados


postado em 14/10/2016 12:36

Imagem compara o diagnóstico de tumor na mama pelo método tradicional, a mamografia (esq.), e pela tomossíntese, que proporciona maior visibilidade(foto: Breast-cancer.ca/Reprodução)
Imagem compara o diagnóstico de tumor na mama pelo método tradicional, a mamografia (esq.), e pela tomossíntese, que proporciona maior visibilidade (foto: Breast-cancer.ca/Reprodução)
A detecção de um câncer de mama por meio da mamografia chega a 75% de eficácia. Já outro método de diagnóstico, a tomossíntese, também conhecida como mamografia 3D, consegue aumentar a precisão para esse tipo de câncer em 15%, sendo importante aliada na detecção precoce da doença. Porém, um estudo publicado recentemente na revista científica Lancet Oncology revela que o software utilizado na análise das imagens da tomossíntese traz vantagens e desvantagens. Enquanto é possível melhorar o diagnóstico da doença – especialmente em pacientes jovens e com mamas densas –, o exame também aumenta a quantidade de resultados falsos-positivos (quando a paciente é convocada novamente para fazer exames complementares com suspeita de câncer de mama, quando na verdade não tem a doença).

O estudo, realizado por pesquisadores italianos e australianos, avaliou 9.672 pacientes assintomáticas durante determinado período. Nesses exames, a taxa de detecção de câncer foi maior com o uso da tomossíntese. A combinação de mamografia com tomossíntese também detectou tumores menores. Para a radiologista Vivian Schivartche, do CDB Medicina Diagnóstica, a superioridade nas imagens mamográficas quando se faz o uso do software é notável, mas exige, de outra parte, um aperfeiçoamento profissional para que a interpretação não deixe margem a dúvidas. A médica lembra que esse método diagnóstico permite a visualização de tumores menores, mais agressivos e provavelmente mais precoces, quando comparada à mamografia convencional.

"Quando a mamografia convencional [2D] é realizada isoladamente, a sobreposição de estruturas da mama pode simular lesões suspeitas, obrigando a paciente a fazer mais radiografias para esclarecimento, ou até mesmo uma biópsia. A tomossíntese elimina a sobreposição dos tecidos. Com isso, temos melhor definição das bordas das lesões e melhor localização na mama. Permite a detecção do câncer numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Além disso, com o uso do software, a exposição à radiação cai pela metade", esclarec a médica.

Dados do Instituto Nacional do Câncer apontam que 60 mil novos casos de câncer de mama surgem todos os anos no Brasil. A doença corresponde a 22% de todos os tipos de câncer e ainda tem elevada taxa de mortalidade porque muitas mulheres não fazem a mamografia anual depois dos 40 anos. Ou seja, o diagnóstico geralmente é realizado quando o tumor já está num estágio avançado.

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