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Estado de Minas INTERNET

Afinal, o paracetamol P-500 está contaminado com o vírus machupo?

Descubra a verdade sobre mais um boato que circula no WhatsApp


postado em 08/03/2017 08:18

Um boato que está circulando no WhatsApp diz que o analgésico paracetamol P-500 (detalhe) estaria contaminado com o perigoso vírus machupo(foto: Divulgação e YouTube/Reprodução)
Um boato que está circulando no WhatsApp diz que o analgésico paracetamol P-500 (detalhe) estaria contaminado com o perigoso vírus machupo (foto: Divulgação e YouTube/Reprodução)
Você consegue se lembrar de quantos boatos já recebeu no WhatsApp? É impossível calcular, não é mesmo? Pois aqui vai mais um que circula pelo aplicativo de mensagens e que talvez você ainda não tenha conhecido. Trata-se do rumor que alerta para os supostos perigos de uma das substâncias analgésicas mais utilizadas no mundo, o paracetamol.

A mensagem que começou a circular em fevereiro deste ano afirma que o paracetamol P-500 contém um perigoso vírus conhecido como machupo, que possui sintomas semelhantes aos causados pelo temido ebola, principalmente a febre hemorrágica. Por causa disso, o texto diz, ainda, que as pessoas não devem tomar o medicamento em hipótese nenhuma e que devem compartilhar a notícia com os contatos. O texto também "esclarece" que esse tipo de paracetamol seria uma nova versão da substância, com comprimidos mais brancos e brilhantes, e que possui uma alta taxa de mortalidade entre aqueles que o utilizam.

Será verdade?

Como mostra o site e-Farsas, especializado em desbancar as mentiras que circulam na internet, tudo leva a crer que se trata de mais uma mentira propagada no aplicativo WhatsApp. Isso porque a mensagem não cita nenhuma fonte. Ou seja, não se sabe qual é a origem das afirmações e, tampouco, se elas foram divulgadas por um órgão fiscalizador oficial, ligado a algum governo federal.

No caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seria a responsável por alertar a população e retirar o medicamento do mercado, caso ele representasse qualquer perigo para a saúde dos brasileiros.

Nos Estados Unidos, por sua vez, o órgão correspondente à Anvisa é a Food and Drug Administration (FDA). No sites desses dois órgãos não existe qualquer alerta em relação ao medicamento analgésico.

Paracetamol P-500 existe?

Outro aspecto duvidoso do texto é que ele trata do paracetamol P-500 como se fosse uma nova versão da substância, que seria mais branca e brilhante. Na verdade, o termo "P-500" é apenas uma nomenclatura utilizada nos EUA para especificar os comprimidos cuja quantidade do princípio ativo é de 500 mg.

Medicamento contaminado por vírus?

De acordo com o National Health Service (NHS, ou Serviço Nacional de Saúde), do Reino Unido, a grande maioria dos vírus não sobrevive por muito tempo fora do organismo de seus hospedeiros. Os menos resistentes só ficam vivos por alguns minutos, enquanto os mais resistentes sobrevivem apenas por um dia inteiro, ou seja, 24 horas.

E isso, de acordo com o site do NHS, ainda depende das condições do ambiente, como a temperatura e a umidade. Logo, conclui-se que seria muito difícil um vírus permanecer vivo dentro de um medicamento para, em seguida, contaminar um ser humano que o ingerisse.

O vírus machupo

Sim, existe, de fato, um vírus chamado machupo, e ele é bastante perigoso. De acordo com o site da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, o machupo também é conhecido como febre hemorrágica boliviana, por estar contido nas fezes, urina e saliva de um rato típico da Bolívia. Ainda segundo a instituição de ensino, foi justamente nesse país sulamericano que o perigoso vírus fez sua primeira vítima, em 1959.

O contágio do machupo se dá quando o roedor tem contato com alimentos. Os principais sintomas da doença são: febre alta; dor de cabeça; fadiga; e dores pelo corpo. O diagnóstico, de acordo com a Universidade de Stanford, é difícil de ser conseguido, porque os sintomas são muito parecidos com os causados por outras doenças, como a dengue, a malária e ebola.

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