
Segundo Cardoso, durante o primeiro ano de vida, as crianças, em média, triplicam o peso de nascimento. Essa taxa de crescimento altíssima não encontra par em nenhuma outra idade. Ao longo dos anos, a razão de desenvolvimento do peso diminui, juntamente com o apetite. Portanto, tranquiliza o pediatra, é normal que as crianças comam menos. "É uma preocupação comum nas mães. Elas esbarram em conceitos que nem sempre são adequados e em explicações que, normalmente, acabam não satisfazendo as mães", diz o especialista.
O médico esclarece que as mães acabam cometendo cinco erros clássicos na hora da alimentação, quando percebem que a criança está sem apetite. "Primeiro erro é a insistência. Segundo, ela fica 'irradiando' a refeição do filho, ou seja, se coloca do lado dele e fica dizendo que deve comer para crescer, para poder passear etc. Em terceiro, ela usa brincadeiras. Antes era o aviãozinho, hoje, são os aplicativos para tablet e celular. O quarto erro é quando a mãe vê que não teve êxito e passa a forçar o filho, obrigando-o a comer. Por fim, vem a substituição da comida. Normalmente, a criança acaba ganhando uma mamadeira. Isso acaba condicionando o pequeno a não comer, porque sabe que vai ganhar a mamadeira", diz o nutrólogo.
Ary Cardoso pede que os pais não insistam nem forcem os filhos na hora da comida. Esse tipo de medida acaba prejudicando os hábitos alimentares.
Quando é preciso corrigir a rotina alimentar da criança, o médico insiste que os pais devem ensinar os filhos a comer o que está à mesa, nos horários corretos. Disciplina se aprende desde o nascimento, enfatiza Cardoso.
(com Rádio USP)