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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Pesquisadora descobre nova espécie de sapo em parque de Minas Gerais

O anfíbio foi encontrado no parque estadual da Serra Negra, no Vale do Jequitinhonha


postado em 18/09/2017 11:35

O novo sapinho, do gênero Crossodactylodes, foi descoberto no parque estadual da Serra Negra, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais(foto: Izabela Barata/Instituto Biotrópicos/Divulgação)
O novo sapinho, do gênero Crossodactylodes, foi descoberto no parque estadual da Serra Negra, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais (foto: Izabela Barata/Instituto Biotrópicos/Divulgação)
Uma nova espécie de anfíbio acaba de ser descoberta no parque estadual da Serra Negra, localizado a 33 km da cidade de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A espécie foi encontrada enquanto pesquisadores buscavam por novas populações do sapinho da bromélia, Crossodactylodes itambe, que havia sido descoberto no parque estadual Pico do Itambé, em 2011.

A busca foi fruto da tese de doutorado de Izabela Barata, na University of Kent, na Inglaterra. Ela também é pesquisadora do Instituto Biotrópicos.

Após a descoberta da nova espécie do Pico do Itambé, o gerente do parque Serra Negra, Wanderlei Pimenta, fez um convite à pesquisadora para que ela também visitasse a reserva ambiental, uma vez que o parque possui altitude e bromélias semelhantes às da outra área de rpeservação. "Como o Serra Negra tem uma vegetação bastante parecida com a da região onde foi encontrado o Crossodactylodes itambe, achei que uma visita à unidade poderia ajudar na pesquisa e fiquei muito feliz quando descobriram uma nova espécie no nosso parque", comenta o gerente.

Pimenta destaca também a importância da unidade de conservação para a preservação da biodiversidade do seu entorno. "Apesar da intensa atividade de silvicultora na região, a unidade possui um ecossistema ainda bastante preservado, com grande domínio de Mata Atlântica e uma pequena porção de cerrado. Essa transição entre dois biomas também favorece a diversidade das espécies", ressalta o gestor.

Quando os pesquisadores coletaram as primeiras amostras dos sapinhos, acharam que se tratava de uma população de Crossodactylodes itambe, mas, análises de DNA confirmaram que na verdade foi encontrada uma nova espécie do gênero Crossodactylodes. Atualmente, duas pesquisas científicas estão sendo desenvolvidas no parque estadual da Serra Negra.

A espécie foi encontrada no topo de montanha, isolada dos demais fragmentos florestais. A área onde ocorre é coberta por Mata Atlântica e as bromélias estão localizadas dentro da floresta, crescendo no solo e também nas árvores.

Os sapinhos do gênero Crossodactylodes são raros, vivem em bromélias e têm distribuição restrita em áreas montanhosas da Mata Atlântica. Eles estão ameaçados de extinção.

Para validar o registro da descoberta, os pesquisadores irão trabalhar na descrição da nova espécie e escolher seu nome.
O parque estadual da Serra Negra fica numa região de altitude elevada e é rico em espécies da Mata Atlântica, do cerrado e de campos rupestres(foto: YouTube/Viagem Digital/Reprodução)
O parque estadual da Serra Negra fica numa região de altitude elevada e é rico em espécies da Mata Atlântica, do cerrado e de campos rupestres (foto: YouTube/Viagem Digital/Reprodução)

O parque

O parque estadual da Serra Negra foi criada com o objetivo, entre outros, de proteger a grande quantidade de nascentes nela existentes, considerada de vital importância para as regiões do Alto Médio Jequitinhonha, conhecida por seu problema de escassez hídrica.

A reserva ambiental está incluída nos domínios da Mata Atlântica. Em locais de difícil acesso e em algumas baixadas podem ser observados grandes fragmentos da imponente vegetação que, originalmente, dominava a região.

A cobertura vegetal nativa é composta, além de Mata Atlântica, por cerrado e campos rupestres. Podem ser identificados no local espécies de ingá-branco, pau-d'óleo, pau-d'arco, braúna, vinhático, vinheiro, sucupira, canela de ema, velózias, orquídeas e várias espécies endêmicas das famílias melastomataceae, eriocaulaceae, poaceae (gramíneas), dentre outras.

A fauna é bastante diversificada, podendo citar a ocorrência de alguns exemplares de animais raros na região e até ameaçados de extinção tais como o lobo guará, o guigor, obarbado ou guariba, a suçuarana, o catitu e a jaguatirica, bem como se observam também a presença de paca, capivara, quati, tatu, roedores diversos, veado, teiú e várias espécies de avifauna.

(com Agência Minas)

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