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Estado de Minas PET

Mordida de cachorro em crianças pode levar à hospitalização

Pais devem ter cuidado com ferimentos causados pelos cães, especialmente de raças maiores e mais fortes


postado em 22/11/2017 14:39 / atualizado em 22/11/2017 14:59

Segundo o estudo americano, os cães da raça pitbull foram os que causaram ferimentos mais graves ao morder crianças(foto: Pixabay)
Segundo o estudo americano, os cães da raça pitbull foram os que causaram ferimentos mais graves ao morder crianças (foto: Pixabay)
Ter um animal de estimação é um ótimo estímulo para as crianças, além de ajudar a evitar problemas de saúde, como a asma. Porém, muitos pais devem ficar atentos, pois as mordidas dos cães ocorrem com frequência e podem representar feridas graves nos pequenos.

Segundo um estudo publicado no periódico científico Plastic and Reconstructive Surgery, da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos, crianças com lesões provocadas por mordidas de cachorros grandes precisam de cuidados mais imediatos, num hospital de trauma pediátrico, para otimizar o tratamento. A experiência dos autores destaca algumas características importantes das mordidas de cães em crianças, incluindo a descoberta de que o pitbull é a raça mais comumente envolvida nas lesões mais graves.

A pesquisa foi realizada com 108 crianças que tiveram mordidas graves de cães entre 2012 e 2014. Os pacientes eram 61 meninos e 47 meninas, com idade entre 5 meses e 18 anos. Quase 60% dessas crianças tiveram lesões na cabeça e no pescoço, enquanto cerca de 30% sofreram ferimentos nos braços, mãos, pernas ou pés.

"O tratamento incluiu o tratamento da ferida na sala de emergência, em cerca de 39% das crianças. Na maioria dos casos, a consulta com cirurgiões plásticos e outros especialistas foi necessária. Outros 21% dos pacientes necessitaram de cirurgia no centro cirúrgico, às vezes, com enxertos de pele ou outros procedimentos reconstrutivos. Cerca de 27% das crianças foram internadas no hospital após o tratamento inicial. Nove pacientes exigiram hospitalização prolongada de quatro dias ou mais, mais comumente por causa de infecção", esclarece o cirurgião plástico Ruben Penteado, diretor do Centro de Medicina Integrada, de São Paulo.

Informações sobre as raças de cães que causaram as mordidas foram possíveis em 56 casos. Os pitbulls eram a raça mais comum, representando 48% das feridas. Outras raças comuns era pastores alemães, e dentre os cachorros pequenos, os terriers.

"A cirurgia foi necessária em cerca de metade das lesões causadas por pitbulls, três vezes maior do que a taxa para outras raças. Das nove crianças que necessitaram de hospitalização prolongada, seis foram mordidas por pitbulls", afirma o especialista.

A natureza penetrante e esmagadora dessas mordidas pode levar a deformidades ao longo da vida. Com base na própria experiência de atendimento desses casos, os pesquisadores descreveram um conjunto de diretrizes para o tratamento de mordidas complexas de cães em crianças. Eles dividiram as lesões em quatro grupos, com tratamento orientado pela gravidade da lesão. Nas duas categorias mais graves (lacerações complexas ou perda completa de tecido), recomendaram a hospitalização e cirurgia.

Há algumas limitações no estudo, incluindo a falta de informações sobre a raça de cães em cerca de metade dos casos. Os pesquisadores também observam que seu centro de trauma provavelmente atende mais pacientes com lesões complexas causadas por cachorros maiores.

"Além das lesões potencialmente graves que necessitam de atenção médica, os autores apontam que as crianças correm o risco de sofrer com efeitos psicológicos e emocionais derivados das mordidas de cães. É de extrema importância buscar cuidados em centros médicos que possuam serviços de trauma, cirurgia e apoio psicológico", destaca Ruben Penteado.

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