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Estado de Minas MEIO-AMBIENTE

Estudo mostra que outro mosquito pode transmitir a febre amarela

Além do Haemagogus e do Sabethes, agora, o Aedes albopictus também pode carregar esse vírus


postado em 16/02/2018 11:36 / atualizado em 16/02/2018 11:37

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Se não bastassem os problemas causados pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes, transmissores da febre amarela nas áreas rurais e de mata, agora, um estudo realizado pelo Instituto Evandro Chagas, do Pará, descobriu que o Aedes albopictus, mosquito conhecido como "tigre asiático", também está suscetível a transmitir esse vírus em ambiente silvestre. Anterioremente, ele já havia sido apontado como transmissor da dengue. A informação foi divulgada durante coletiva de imprensa no Ministério da Saúde, na quinta, dia 15 de fevereiro.

Os pesquisadores chegaram a essa conclusão após analisar mosquitos infectados que foram capturados no ano passado em áreas rurais próximas aos municípios de Itueta e Alvarenga, em Minas Gerais. O Instituto Evandro Chagas é vinculado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Segundo Pedro Vasconcelos, diretor do instituto, se houver transporte do inseto para áreas urbanas, o mosquito pode vir a servir de vetor de ligação entre os dois ciclos possíveis da doença no Brasil: o ciclo urbano, que não tem sido mais registrado no país desde a década de 1940; e o silvestre, que é o responsável pelas transmissões atuais. Essa possibilidade, no entanto, ainda não está confirmada.

"Em princípio, é uma evidência. A gente não pode falar em risco ainda pelo encontro do vírus nesse mosquito Aedes albopictus. Ele é um mosquito que, por sua filogenia, é mais silvestre que urbano ou periurbano. Como ele se adapta bem às áreas florestais, ele pode ter sido infectado por macacos, mas não se sabe ainda qual é a capacidade vetorial dele", comenta Vasconcelos.

Agora, o Instituto Evandro Chagas deve trabalhar na avaliação dessa capacidade, pois apenas a presença do vírus não significa que o Aedes albopictus tenha adquirido o papel de vetor da febre amarela. Também será estudado, nos próximos dois meses, se mosquitos do gênero continuam apresentando presença do vírus nas cidades mineiras inicialmente investigadas.

A possibilidade desse mosquito atuar como transmissor intermediário já era investigada, dado que papel semelhante é exercido por várias espécies de Aedes na África, continente que ainda registra também a febre amarela urbana.

(com Agência Brasil)

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