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Estado de Minas SAÚDE

Cuidado com a enxaqueca: ela pode indicar uma doença mais grave

Seja uma dor de cabeça ocasional, seja a enxaqueca recorrente, olhos podem ser responsáveis pelo problema


postado em 13/03/2018 13:40 / atualizado em 13/03/2018 14:17

Como orienta o especialista, independente de os casos de enxaqueca serem recorrentes, é preciso orientação médica para descobrir a causa do problema(foto: Pixabay)
Como orienta o especialista, independente de os casos de enxaqueca serem recorrentes, é preciso orientação médica para descobrir a causa do problema (foto: Pixabay)
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que quase metade da população mundial sofre com dor de cabeça, sendo que 30% das pessoas são afetadas pela temida enxaqueca. O levantamento da OMS revela ainda que a dor pulsante e unilateral, que caracteriza a enxaqueca, atinge todas as idades, mas é mais frequente nas mulheres dos 35 aos 45 anos.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas (SP), esse problema é uma queixa recorrente nos hospitais e precisa passar por diagnóstico detalhado. "Tomar um analgésico por conta própria para aliviar as crises de enxaqueca recorrentes pode tornar o desconforto crônico", afirma o especialista. Isso porque, conforme o médico, tarta-se de uma dor multifatorial. Ela pode estar associada a alterações na visão, na circulação, doenças neurológicas ou no sistema digestivo. "Nem sempre tem uma única causa. Por isso, após a primeira avaliação oftalmológica, o paciente pode ser encaminhado para outra especialidade médica", completa Queiroz Neto.

O oftalmologista esclarece que, mesmo quando a enxaqueca vem acompanhada de sintomas visuais perturbadores, como pontos escuros, flashes, diminuição do campo visual e perda temporária da visão, ela pode representar apenas um mal passageiro.

Para saber se o problema está ligado à visão, a recomendação do médico é que, durante a crise, a pessoa tampe um dos olhos com a palma da mão, em seguida, escodna o outro olho. Quando as alterações visuais acontecem em apenas um lado da visão, o especialista afirma que se trata de uma condição chamada enxaqueca oftálmica, mal passageiro que dura apenas alguns minutos e não deixa sequelas.

"Se os sintomas atingem os dois olhos, simultaneamente, indica uma urgência oftalmológica", ressalta Queiroz Neto. Neste caso, pode ser sinal de arterite, inflamação das paredes internas das artérias temporais. O problema pode atém levar à cegueira temporária ou definitiva. O diagnóstico da doença é feito por meio de ultrassom e o tratamento, com esteroides que inibem a inflamação das artérias.

Prevenção

"Mulheres têm o dobro de chance de ter enxaqueca porque tomam anticoncepcional, medicamento que favorece a formação de trombos", afirma o oftalmologista. Outro fator que contribui para a maior prevalência da doença no sexo feminino são as flutuações hormonais. Independente do gênero, toda pessoa com mais de 35 anos deve fazer periodicamente exames de sangue. "É o primeiro passo, a um custo bastante baixo, para evitar graves doenças nos olhos e a hiperglicemia", comenta o médico.

Para evitar crises de enxaqueca, Queiroz Neto dá algumas dicas:

  • Incluir na alimentação banana, aveia, abacate e folhas verde-escuro como a couve e o espinafre por serem ricos em magnésio, substância que evita a contração involuntária dos músculos e outros tecidos

  • Evitar o consumo excessivo de produtos fermentados, como vinho, queijo, iogurte e pães, que contêm tiramina e aumentam as chances de crises

  • Evitar temperos industrializados, embutidos e outras fontes de glutamato monossódico e nitrato, que também incentivam a enxaqueca

  • Se for usar adoçante, dê preferência para os que não possuem aspartame

  • Praticar atividades físicas aumenta a produção de serotonina, que tem ação vasoconstritora

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