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Estado de Minas CIÊNCIA

Diamante Cullinan possui em seu interior um elemento do núcleo da Terra

Cientistas encontraram perovskita na pedra que faz parte das joias da coroa inglesa


postado em 09/03/2018 16:49 / atualizado em 09/03/2018 16:57

Dentro do diamante Cullinan, descoberto em 1905 e dividido em várias partes (está até nas joias da coroa inglesa), cientistas acharam perovskita, elemento presente no centro da Terra (foto: Wikimedia/Reprodução)
Dentro do diamante Cullinan, descoberto em 1905 e dividido em várias partes (está até nas joias da coroa inglesa), cientistas acharam perovskita, elemento presente no centro da Terra (foto: Wikimedia/Reprodução)
O famoso diamante Cullinan, encontrado na mina Premier, na África da Sul, em 1905, e que faz parte das joias da coroa inglesa, foi alvo de mais uma descoberta importante para a história da ciência. Pesquisadores constataram que o valioso material possui fragmento de perovskita de silicato de cálcio, o quarto elemento mais abundante da Terra, mas que pode ser encontrado apenas dentro do manto terrestre, a 700 km de profundidade.

"A única forma possível de preservar esse mineral na superfície da Terra é quando ele está preso dentro um recipiente inflexível, como um diamante", comenta Graham Pearson, professor do departamento de Ciências da Terra e Atmosferas da Universidade de Alberta, no Canadá, em entrevista para o portal científico Phys.org.

Segundo o pesquisador, os diamantes da mina Premier estão entre os maios valiosos do mundo, tanto pelo valor comercial, quanto pela riqueza científica, já que proporcionaram informações preciosas sobre as partes mais importantes do núcleo da Terra.

"Os diamantes são maneiras realmente únicas de ver o que está na Terra.  A inclusão de perovskita nesse diamante indica muito claramente a reciclagem da crosta oceânica no manto inferior do planeta. Ela fornece uma prova fundamental do que acontece com o destino das placas oceânicas à medida que elas descem nas profundezas da Terra", relata Pearson.

Ainda de acordo com o cientista, essa descoberta evidencia a singularidade dos diamantes, que são capazes de preservar riquezas que não poderiam ser vistas de outra forma. A justificativa para isso se deve à região em que essas pedras são formadas: entre 150 e 200 km de profundidade na crosta terrestre.

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