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Estado de Minas SAÚDE

Esclareça alguns mitos e verdades sobre a Aids

Segundo a ONU, Brasil teve aumento de quase 19% no número de infectados pelo vírus HIV entre 2000 e 2015


postado em 01/03/2018 10:45 / atualizado em 01/03/2018 10:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Apesar de existirem inúmeros tratamentos, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais conhecida como Aids (na sigla em inglês), continua a ser uma preocupação para muitos brasileiros. Segundo dados do Programa Conjunto das Nações Unidas para a Aids (Unaids), 15 mil pessoas morreram em decorrência do vírus HIV, o causador da doença, em 2015, somente no Brasil. Ainda segundo o órgão da ONU, a população que vive com o problema no país passou de 700 mil, em 2010, para 830 mil, em 2015, fazendo com que o Brasil respondesse por mais de 40% das novas infecções na América Latina. Entre os adultos brasileiros, os novos casos subiram 18,91% em 15 anos. No mundo, em média, 1,9 milhão de adultos a cada ano foram infectados com HIV desde 2010.

Apesar de ter se tornado mundialmente conhecida desde que foi descoberta, há mais de 30 anos, a Aids ainda deixa muitas dúvidas. Para esclarecer alguns mitos e verdades sobre a doença, conversamos com a médica Maria Amélia Mascena Veras, professora do departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

O vírus HIV pode ser transmitido por beijo, abraço ou aperto de mão
Mito. O vírus HIV é transmissível apenas por contato sexual ou pelo sangue.

É possível contrair o vírus HIV no sexo oral
Verdade. "Embora o risco seja significativamente menor se comparado a outras modalidades de sexo [anal e vaginal], as chances aumentam se houver alguma ferida aberta ou ejaculação na boca", diz a especialista.

Todo portador de HIV tem AIDS
Depende. HIV é o vírus, que pode ou não se manifestar em sua síndrome, que é a Aids.

Existe medicamento para prevenir a contaminação do HIV
Verdade. O que já existe é a PEP (profilaxia pós-exposição), um conjunto de medicamentos anti-HIV que pode ser tomado até 72 horas após a situação de risco, durante 28 dias, para diminuir as chances de uma infecção pelo causador da Aids. "A PEP, no entanto, não confere proteção contra nenhuma outra doença sexualmente transmissível, como sífilis, hepatites ou gonorreia", esclarece Maria Amélia Veras.

O diagnóstico é feito somente por exame de sangue
Mito. Além do teste feito com sangue, já existe o exame de fluido oral, que é capaz de detectar a presença de anticorpos para o HIV na saliva.

Se o exame der negativo, a pessoa está livre da doença
Mito. "Se o exame der negativo, existe uma chance muito grande de que a pessoa não esteja infectada. Porém, se tiver tido alguma exposição ao HIV durante o período chamado janela imunológica, em que o organismo necessita para desenvolver anticorpos detectáveis nos exames, pode, sim, haver infecção com resultado negativo", explica a médica. Vale lembrar que, para os testes disponíveis no sistema público de saúde, considera-se como janela imunológica o período de 30 dias após situação de risco. Caso a pessoa acredite ter se exposto durante esse período, recomenda-se repetir o teste 30 dias depois.

É possível contrair o vírus HIV em estúdios de tatuagem, manicures e consultórios de dentista
Verdade. "Além de outras infecções graves como hepatites. Por isso, é necessário que todos os aparelhos utilizados sejam descartáveis ou devidamente esterilizados antes de serem utilizados novamente".

Mulheres soropositivas podem engravidar sem passar o HIV para a criança
Verdade. Se já estiverem em tratamento ou o iniciarem o quanto antes, o risco de transmissão para o bebê se reduz a quase zero, conforme a especialista.

Toda camisinha é 100% confiável
Mito. "Nenhum método de prevenção é 100% eficaz. O preservativo, contudo, confere um grau de proteção muito alto, próximo a 100%, se utilizado da maneira correta". Recomenda-se, especialmente no sexo anal, que ela seja utilizada junto a um gel lubrificante à base de água, uma vez que o ânus não possui lubrificação natural e a camisinha pode se romper com o atrito.

Quem tem uma relação estável pode dispensar o preservativo
Depende. Esta é uma decisão que tem de partir de cada casal. "Se ambos forem soronegativos e mantiverem uma relação estritamente monogâmica, isto é, sem outros parceiros, não há qualquer chance de infecção pelo HIV", comenta Maria AMélia Veras. Se um ou ambos os parceiros possuírem o HIV, recomenda-se o uso da camisinha para evitar a infecção do parceiro ou a reinfecção no caso de uma pessoa soropositiva. Em casais com relacionamentos abertos, o preservativo também pode estar presente como coadjuvante na redução de riscos.

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