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Estado de Minas SAÚDE

Atenção para a síndrome mão-pé-boca

Doença causada por vírus costuma ser benigna, mas ainda é pouco conhecida


postado em 12/04/2018 10:27 / atualizado em 12/04/2018 10:48

Crianças menores de 5 anos costumam ser as principais vítimas da síndrome mão-pé-boca, que não tem vacina, mas que surge e desaparece de forma natural(foto: Quepasasalta.com.ar/Reprodução)
Crianças menores de 5 anos costumam ser as principais vítimas da síndrome mão-pé-boca, que não tem vacina, mas que surge e desaparece de forma natural (foto: Quepasasalta.com.ar/Reprodução)
Apesar de ser altamente contagiosa e já ter registrado casos no Brasil, este ano, a síndrome mão-pé-boca ainda é pouco conhecida das pessoas. A doença, causada por vírus, é mais frequente em crianças menores de 5 anos, mas também pode afetar adultos. Ela tem esse nome justamente porque as lesões que causa na pele surgem nos pés, nas mãos e no interior da garganta. Geralmente tem evolução autolimitada, ou seja, possui períodos definidos de início e término dos sintomas.

Segundo a técnica Tânia Marcial, da secretaria estadual de Saúde (SES) de Minas Gerais, o diagnóstico da síndrome é clínico, baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. "É importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na pele. Não há tratamento específico para a síndrome. Em geral, ela regride espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é realizado com antitérmicos e anti-inflamatórios com o objetivo de tratar os sintomas. O ideal é que o paciente permaneça em repouso, tome bastante líquido e alimente-se bem, apesar da dor de garganta", explica a especialista.

Em 2018, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, foram notificados três surtos da síndrome mão-pé-boca, com 107 pessoas acometidas. Em 2017, foi registrado um surto em municípios da região de Varginha, no sul do estado, com 176 pacientes. Os dados podem ser maiores, já que a doença não é considerada uma moléstia de notificação compulsória. Por isto são notificados apenas as situações que ocorrem surtos.

O período de incubação do vírus é de quatro a seis dias. Geralmente, a síndrome começa com uma febre (38º C a 38,9º C). Um a dois dias depois, aparecem aftas dolorosas e gânglios aumentados no pescoço. Em seguida, podem surgir nos pés e nas mãos pequenas bolhas não pruriginosas e não dolorosas, de cor acinzentada com base avermelhada. Estas lesões podem aparecer também na área da fralda (coxas e nádegas) e, eventualmente, geram coceira.

Em geral, os sintomas regridem juntamente com a febre, entre cinco e sete dias, mas as bolhas na boca podem permanecer até quatro semanas. É comum que a criança também sofra de dores de cabeça e acentuada falta de apetite. "Um a dois dias após o início da febre, surgem lesões característica na boca, geralmente começam como pequenas manchas vermelhas, que podem ter de dois a quatro milímetros de tamanho. A maioria dos casos ocorre de forma benigna e autolimitada e as lesões regridem espontaneamente e sem cicatrizes", esclarece Tânia Marcial.

Nas crianças, a desidratação é a complicação mais frequente em virtude da febre e da ingestão inadequada de líquidos, uma vez que a síndrome provoca dor ao engolir. Por isso, é importante manter os pequenos bem hidratados. Outras complicações podem ocorrer, mas são raras, como meningite viral.

Transmissão

Os vírus que causam a síndrome mão-pé-boca podem ser transmitidos pela pessoa infectada pela via oral ou fecal, por meio do contato direto com secreções da respiração, por feridas que se formam nas mãos e pés e por alimentos e de objetos contaminados.

Mesmo depois de recuperada, a pessoa ainda pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas.

Prevenção

Ainda não existe vacina contra o vírus que transmite a síndrome. Por isso, as principais medidas de prevenção são: lavar as mãos frequentemente com sabão e água, especialmente depois de trocar fraldas e usar o banheiro; limpar e desinfetar superfícies tocadas com frequência e itens sujos, incluindo brinquedos; e vitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios ou xícaras com pacientes.

(com Agência Minas)

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