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Estado de Minas SAÚDE

Exercícios físicos ajudam no tratamento do linfoma de Hodgkin

Esse câncer é raro e afeta os gânglios do sistema linfático


postado em 04/05/2018 11:24 / atualizado em 04/05/2018 11:40

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Com raras exceções, a prática de exercícios físicos é uma recomendação recorrente dos médicos. Afinal, seja para evitar o desenvolvimento de doenças, seja para manter o organismo saudável, deixar o sedentarismo de lado faz muito bem. Porém, quando se trata de um paciente que está fazendo tratamento de câncer, surgem dúvidas sobre possíveis riscos dos exercícios. A boa notícia é que exercitar-se é uma das formas de remediar o linfoma de Hodgkin, tipo raro de tumor que atinge os gânglios do sistema linfático e que acomete principalmente jovens adultos, especialmente na faixa dos 20 anos.

Entre os principais sintomas do linfoma de Hodgkin estão o aumento dos linfonodos, febre, perda de peso, sudorese noturna, coceira e fadiga. A prática de exercícios físicos pode justamente ser um aliado no combate a esses reflexos do cancro. "Existem benefícios das atividades físicas descritos para vários tipos de câncer, incluindo o linfoma de Hodgkin. Há estudos mostrando melhoras na composição corporal, qualidade de vida, fadiga e diminuição da ansiedade", comenta o hematologista Guilherme Fleury Perini, do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo (SP).

Um estudo conduzido pela Fundação Lance Armstrong e pela Universidade de Alberta, no Canadá, e que analisou 122 pacientes em tratamento ou não para diferentes linfomas, demonstrou que o grupo submetido a uma série de treinos aeróbicos, durante 12 semanas, conseguiu resultados positivos em relação à qualidade de vida, como melhora da fadiga, do preparo cardiovascular e na redução da depressão, em comparação ao grupo que não foi submetido aos exercícios.

De acordo com o Guilherme Perini, o estudo mostrou ainda que as atividades não impactaram negativamente no tratamento da doença. "Talvez os principais benefícios estejam relacionados aos aspectos psicológicos, como sensação de bem-estar e menor incidência de depressão. A fadiga, além do componente físico, também apresenta o fator psicológico e é uma das manifestações que mais demonstraram melhora em pacientes praticantes de atividades físicas", diz o médico.

Entre os exercícios indicados para vítimas do linfoma de Hodgkin estão os aeróbicos ou os que visam o ganho de massa magra, como a musculação. Além disso, há ainda estudos que demonstram benefícios em outras atividades, como caminhadas, corridas e ciclismo. Algumas limitações podem ocorrer devido aos efeitos colaterais da quimioterapia, como náusea, queda da imunidade e presença de cateteres.

De qualquer forma, para que pacientes com câncer possam iniciar uma atividade física, é preciso supervisão de um profissional de educação física e a recomendação do médico. "Os que tratam do linfoma podem ter um risco maior de doença cardiovascular. Portanto, antes de iniciar é importante conversar com o médico e fazer os exames solicitados", explica Perini. Ainda segundo o especialista, atividades que envolvam impacto devem ser evitadas, devido ao risco de plaquetopenia, nível extremamente baixo de plaquetas no sangue, principalmente em pacientes com cateteres totalmente implantáveis.

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