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Estado de Minas SAÚDE

Aumento de internações no Inverno não se deve apenas ao frio

Médico explica que tempo seco e poluição também são fatores de risco importantes


postado em 18/06/2018 12:51 / atualizado em 18/06/2018 13:08

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Durante a época mais fria do ano, entre junho e agosto, os efeitos das baixas temperaturas podem ser sentidos não apenas na pele, mas também nos hospitais. Só hospitais públicos da cidade de São Paulo, por exemplo, as internações por insuficiência cardíaca e infarto chegam a ser 30% maiores no Inverno do que no Verão. É o que mostra um estudo realizado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

A pesquisa, liderada pelo cardiologista Eduardo Pesaro, considerou todas as internações por insuficiência cardíaca (76.474 casos) e infarto agudo do miocárdio (54.561 casos) registradas em 61 hospitais públicos da capital paulista entre janeiro de 2008 e abril de 2015. "Provavelmente, isso se dá por fenômenos múltiplos como o frio e a qualidade de ar como principais aspectos de risco. As pessoas que estão em maior risco e que já são doentes, com pressão alta, diabetes, devem ter uma atenção especial nesse período e maior controle como tomar corretamente o remédio e medir a pressão", comenta o especialista.

Ainda segundo o levantamento, o número médio de internações por insuficiência cardíaca no Inverno foi maior em pacientes com mais de 40 anos. Já as hospitalizações por infarto foram registradas em maior número em pacientes com idade superior a 50 anos. De acordo com o cardiologista, as causas do aumento do risco cardiovascular no Inverno não estão diretamente ligadas à queda do ponteiro do termômetro, mas às condições ambientais e socioeconômicas de São Paulo. "Inverno não significa só frio, mesmo porque em São Paulo ele é ameno, com temperatura média de 18º C e variação de apenas cinco graus. Ele também significa poluição aumentada, crescimento de epidemias provocadas pelo vírus da gripe, o vírus Influenza, além do tempo seco", diz Eduardo Pesaro.

Como esclarece o médico, o frio faz os vasos sanguíneos se contraírem e eleva a liberação de adrenalina, o que faz subir a pressão arterial. Além disso, o aumento da poluição em suspensão (devido à inversão térmica) contribui para doenças respiratórias que sobrecarregam o órgão. Já o Influenza (vírus da gripe) é capaz de causar inchaço ou inflamação das coronárias, com a possibilidade de liberar as placas de colesterol nela depositadas. As placas, por sua vez, podem causar bloqueios e interromper o fluxo sanguíneo.

Para Pesaro, o governo precisa investir em políticas públicas que melhorem a qualidade de vida da população. "As pessoas e os governos têm que cuidar melhor daqueles indivíduos em maior risco durante o inverno. Quem tem risco deve regularizar o controle das suas próprias doenças, como por exemplo, pressão alta, que sabemos que aumenta no inverno, lembrar de tomar os remédios, fazer a medida da pressão com periodicidade e tentar não passar frio mesmo dentro de casa", aconselha o cardiologista.

(com Agência Brasil)

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