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Estado de Minas SAÚDE

Opioides pioram efeitos colaterais em pessoas com demência

Esse tipo de analgésico é muito prescrito para pacientes com Alzheimer


postado em 26/07/2018 13:22 / atualizado em 26/07/2018 13:47

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Pesquisadores da Universidade de Exeter e do King's College de Londres, ambas da Inglaterra, e da Universidade de Bergen, da Noruega, descobriram que os analgésicos opioides, muito usados no tratamento da dor interna, podem piorar os sintomas de pessoas que sofrem de demência ou do Mal de Alzheimer. Os resultados foram apresentados na conferência internacional da Associação de Alzheimer, realizada no final de julho em Chigado, nos Estados Unidos.

O estudo analisou 162 pacientes noruegueses e encontrou um aumento significativo nos efeitos colaterais daqueles que utilizaram opioides como codeína, hidromorfona levorfanol, metadona, morfina, oxicodona, hidrocodona, tramadol, oximorfona e fentanil. Foram registradas alterações de personalidade, confusão e sedação, que podem afetar seriamente a vida das pessoas com demência. A equipe de cientistas, agora, está pesquisando qual a dosagem adequada para evitar esses problemas nas vítimas do Alzheimer.

De acordo com os especialistas, cerca da metade das pessoas com demência experimentam dor clinicamente significativa. Pesquisas anteriores reconheceram que a dor é frequentemente subdiagnosticada e mal administrada em pessoas com a doença, com impacto na qualidade de vida.

Depois do paracetamol, os analgésicos baseados em opiáceos são frequentemente usados no tratamento de pacientes com Alzheimer e são prescritos para até 40% das pessoas com demência que vivem em clínicas e casas de repouso. Eles combatem a dor de forma eficaz, mas a prescrição não leva em conta que o alívio efetivo pode ser conseguido com doses menores e que essas pessoas são particularmente sensíveis aos efeitos adversos dos opioides.

"A dor é um sintoma que pode causar grande sofrimento e é importante que possamos proporcionar alívio para as pessoas com demência. Infelizmente, os estamos prejudicando quando temtamos aliviar a dor. Precisamos urgentemente de mais pesquisas nessa área, e precisamos administrar a dosagem correta. Temos de estabelecer o melhor tratamento e examinar a dosagem adequada para as pessoas com demência", comenta o professor Clive Ballard, da Escola de Medicina da Universidade de Exeter, durante palestra na conferência da Associação de Alzheimer.

É importante ressaltar que a pesquisa conduzida pela equipe de Ballard dá uma ideia do mecanismo pelo qual as pessoas com demência são mais suscetíveis a analgésicos opiáceos, sugerindo que elas produzem em excesso os opioides naturais do corpo.

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