A ação foi tão inusitada que imediatamente o narrador Jader Rocha e o comentarista André Loffredo, que transmitiam o jogo pelo canal SporTV comentaram o assunto. Eles chegaram a especular se o árbitro assistente teria sofrido uma espécie de "desorientação espacial", ou seja, se ele estava tão atento ao lance que perdeu a direção da linha lateral – onde os bandeirinhas devem se manter para auxiliar o árbitro principal da partida.
Acompanhe, abaixo, o momento curioso registrado na partida da Série B:
Em entrevista à Encontro, Giuliano Bozzano, atual presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol (FMF), analisou a atitude do bandeirinha Márcio Gleidson Correia Dias. "Não é um procedimento padrão da equipe de arbitragem. Porém, ele não infringiu nenhuma regra do futebol ao entrar em campo e assinalar o impedimento", comenta o ex-árbitro, destacando que o auxiliar acertou em sua marcação, pois, de fato, havia impedimento do atacante do Figueirense no lance.
Ainda conforme Giuliano Bozzano, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responsável pela arbitragem da partida, deve procurar Marcio Gleidson Correia Dias para que ele relate o motivo dessa atitude pouco comum. "Ele pode ter pressentido que ocorreria algo diferente na jogada, que o árbitro não enxergaria por estar um pouco distante, ou até mesmo ter sofrido uma desorientação espacial, por isso, acabou entrando no campo. Mas, isso não resultará em nenhuma punição a ele, pois não é o caso", esclarece o presidente da Comissão de Arbitragem da FMF.
Questionado se haveria algum problema caso a bola resvalasse no bandeirinha enquanto ele estava em campo, Giuliano Bozzano explica que deveria ser tratado como se tivesse acontecido com o árbitro da partida. "Todos os auxiliares de arbitragem, inclusive os de linha de fundo, assim como o árbitro da partida são, pela regra, figuras neutras. Portanto, nesses casos, não é considerado interferência na jogada, é o mesmo que a bola tocar na trave, por exemplo", esclarece o ex-árbitro.