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Estado de Minas SAÚDE

Cuidado com o ressecamento ocular nesta época do ano

Inverno piora a chamada síndrome do olho seco


postado em 06/08/2018 09:53 / atualizado em 06/08/2018 10:16

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Olhos coçando, ardendo, com cada piscada parecendo que as pálpebras arranham os olhos. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas (SP), estas são as queixas mais comuns nesta época do ano, em que a umidade realtiva do ar cai drasticamente. "Tudo começa com a menor umidade do ar que predispõe à síndrome do olho seco", comenta o médico. Para se ter ideia, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que até final de agosto a maior parte do Brasil esteja em estado de alerta, com umidade do ar abaixo de 30%.

De acordo com o oftalmologista, a síndrome do olho seco é uma alteração na quantidade ou qualidade da lágrima, que tem como principal função alimentar, oxigenar e proteger a superfície ocular. O tratamento para essa "secura" se dá por meio de colírio lubrificante, mas não qualquer um. "A lágrima tem três camadas: aquosa, lipídica e proteica. O tipo de colírio indicado para cada pessoa varia conforme a camada que entrou em desequilíbrio", orienta o especialista.

Como as pessoas costumam levar as mãos aos olhos para tentar diminuir o desconforto causado pelo ressecamento, é muito comum a síndrome do olho seco evoluir para conjuntivite. A doença, como explica Queiroz Neto, é uma inflamação da conjuntiva, membrana que recobre a face interna da pálpebra e a esclera, parte branca do olho. Pode ser causada por vírus ou bactéria e nos dois casos é altamente contagiosa.

O médico afirma ainda que muitas pessoas acreditam que a conjuntivite é um mal menor e por isso adiam o tratamento. Não é bem assim. Quanto antes for tratada, melhor. Os sintomas podem desaparecer em poucos dias. "Quem adia o uso do colírio pode ficar com sequela permanente na visão caso se formem cicatrizes na córnea", adverte o especialista. Também não vale recorrer a tratamentos caseiros, como uso de soro fisiológico ou colírio sem prescrição médica. Isso porque, se for a causa for um vírus, o tratamento é feito com corticoide. Já para as conjutivites bacterianas, é preciso usar antibiótico. "O sal do soro fisiológico pode irritar ainda mais e até contaminar o olho porque não tem conservante. Já um colírio inadequado pode mascarar a doença e todo colírio depois de aberto só tem 30 dias de validade e deve ser descartado", afirma Queiroz Neto.

Prevenção

As dicas do oftalmologista para prevenir a síndrome do olho seco e a alergia  são: beber água com frequência; comer frutas, verduras e legumes ricos em vitamina A e E; colocar vasilhas com água nos ambientes; ingerir alimentos ricos em ômega-3, que é encontrado em nozes, semente de linhaça, salmão e sardinha; evitar o uso de ar-condicionado; manter os ambientes livres de poeira; desviar os olhos das telas eletrônicas de cinco a 10 minutos a cada hora de uso; piscar voluntariamente quando usar o computador ou tablet; e proteger os olhos da poluição com óculos apropriados nas atividades externas.

Para prevenir a conjuntivite viral e bacteriana Queiroz Neto recomenda lavar as mãos com frequência, separar e trocar fronhas e as toalhas diariamente, não compartilhar maquiagem ou colírio, higienizar as mãos com álcool gel, evitar tocar os olhos e em superfícies de locais públicos e limpar mouse e teclado constantemente.

Para usuários de lente de contato a dica é manter os olhos hidratados e interromper o uso ao menor desconforto. A insistência em manter as lentes nos olhos antecipa seu vencimento.

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