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Estado de Minas ECONOMIA

Vale a pena aplicar o dinheiro no Tesouro Direto?

Especialista fala sobre esse título público


postado em 14/08/2018 09:50 / atualizado em 16/08/2018 12:53

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)
Nos últimos anos, muitos brasileiros passaram a investir dinheiro na aquisição de Tesouro Direto, que é um título público de renda fixa, criado em 2002 por meio de uma parceria entre o governo federal e a BM&F Bovespa. A ideia é que o investidor que tem medo de gastar muito possa ter uma "alternativa" à poupança. Enquanto isso, o dinheiro arrecadado pelo Tesouro Nacional, que administra o título, é usado pelo governo.

"Assim como um CDB [Certificado de Depósito Bancário, que é um investimento de renda fixa] é o ato de se emprestar dinheiro para uma instituição financeira e esta remunerar quem empresta pagando juros, o tesouro direto é a mesma coisa, porém, o empréstimo é feito para o governo brasileiro", explica o educador financeiro André Bona, do Blog de Valor.

Existem diversos tipos de títulos de Tesouro Direto, que podem ser atrelados à inflação ou aos juros básicos da economia (taxa Selic). De acordo com o especialista, o Tesouro IPCA (rendimento vinculado á inflação oficial), por exemplo, garante uma rentabilidade sempre acima da inflação, mas é preciso fazer as contas para saber qual será o ganho real. "Vamos supor que o investidor fez um investimento de R$ 10 mil e ganhe 10% no ano, sendo que a inflação no período foi de 5%. A rentabilidade em termos reais não foi de 10%, mas sim, a diferença entre o que rendeu a aplicação financeira e o desconto da inflação, ou seja, o ganho em teoria foi de apenas 4,76%", esclarece André Bona.

Entretanto, além do desconto da inflação existe a cobrança do imposto de renda. A taxa paga à Receita Federal varia de acordo com o tempo que o investimento ficou alocado. Quanto mais o dinheiro ficar "emprestado para o governo", menos imposto é cobrado, até chegar à alíquota mínima de 15% após 720 dias da compra do título. "Fazendo a conta correta, se o título foi resgatado após 360 dias, o imposto a ser pago será de 17,5%. Isso quer dizer que, dos 10% quem em teoria seria a rentabilidade, na verdade cairá para 8,25%. Como ainda resta descontar a inflação do período, que, no caso, foi de 5%, a rentabilidade final e real será de apenas 3,1%. Portanto, é uma ilusão olhar apenas o número final", alerta o educador financeiro.

Ele lembra que a poupança vem rendendo, em média, 0,37% ao mês em 2018, o que pode chegar a 4,4% ao ano, sem a incidência de qualquer tipo de imposto. Ou seja, é um investimento superior ao Tesouro Direto.

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