
Após inúmeras batalhas e enormes bombardeios, o conflito terminou, em setembro de 1945, com a vitória dos Aliados (EUA, Reino Unido e União Soviética) sobre o Eixo (Alemanha, Itália e Japão). De lá pra cá, passaram-se quase 75 anos, mas a memória do maior evento da história da humanidade permanece mais viva do que se pode imaginar.

Ele reservou um quarto em sua residência, na região centro-sul de Belo Horizonte, para reunir os impressionantes objetos que guarda. Quem entra no espaço logo fica impressionado com o resultado da paixão de Moretzsohn pelas recordações da Guerra. Por todos os lados, há algo que desperta atenção. "O ruim é que aqui não dá pra ver tudo. Estou pensando em um espaço maior, para que fique mais organizado", conta o engenheiro, dono de quase quatro mil itens originais.

Além desses objetos, os capacetes de combate também se detacam. São cerca de 80 deles em posse do engenheiro mineiro. Vários enferrujados, pois permaneceram enterrados por anos nos campos de batalha na Europa. Muitos desses capacetes guardados Moretzsohn, além da ferrugem, possuem manchas de sangue e marcas de tiro, dando uma dimensão do horror vivido pelos combatentes.

Sobre colecionar objetos de um período sombrio na história da humanidade, Marcos Moretzsohn diz que o hábito vai além de um simples hobby. "É a preservação das recordações de um fato histórico. Obviamente, ninguém considera guerra como uma coisa positiva, mas é preciso recordar, para que isso nunca mais se repita", diz o engenheiro, que é descendente de judeus.
O mineiro pretende, ainda, criar uma espécie de museu, disponibilizando seus itens para a visitação pública. A intenção, segundo Moretzsohn, é que as pessoas tenham fácil acesso à história da Segunda Guerra Mundial. "É preciso ter conhecimento do que foi o conflito, saber, inclusive, que o Brasil particiou ativamente. Afinal, muitos cidadãos brasileiros estiveram do outro lado do continente, lutando pela paz que vivemos nos dias atuais", conclui Marcos Moretzsohn, relembrando a trajetória da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que atuou na guerra contra Hitler.
*Publicado originalmente em 02/09/2015