
A programação contempla apresentações de espetáculos do grupo — como O Rio Inventa Estórias, Cordéis do Cafundó e A Véia Doida do Rio — além de shows com nomes consagrados da cena mineira, como Titane e Sérgio Pererê. A atriz Cida Falabella e o regente Di Souza também participam da homenagem, ao lado de outros artistas parceiros que fizeram parte da trajetória da trupe.
Além das apresentações teatrais e musicais, o público poderá participar de oficinas de bordado, rap, dança circular e arte antropofágica, além de visitar uma exposição de acervo do grupo com figurinos, paineis e fotos que percorrem temas como água, educação popular, cordel e carnaval.
O evento também marca o lançamento de dois livros: Nas Trilhas do Grupo Parangolé – 25 anos de arte a serviço da vida, que revisita a trajetória da trupe, e Argamassa, coletânea de poemas e cordeis de autoria de Cascão. Um documentário sobre o grupo será exibido durante o festival, que contará ainda com feira de produtos agroecológicos, artesanato indígena e atividades infantis com o Grupo Atrás do Pano e o palhaço mágico Sapequinha.
Além de celebrar a trajetória, o grupo também anuncia projetos novos. Um deles em parceria com o Grupo Trampulim. “A ideia é a gente construir um espetáculo usando o cordel e a palhaçaria dentro do universo feminino”, conta a atriz Sandra Albéfaro.
Outra novidade é a adoção do viaduto da Av. Francisco Sales em frente à sede da trupe, no bairro Floresta, pelo Programa Adoro BH da PBH com o Projeto Via Arte Via Duto. “Pretendemos transformar o local num centro cultural com espaços para exposição de artes visuais, ensaios de grupos artísticos, blocos de carnaval e área de lazer para a comunidade do entorno. O objetivo é ocupar a cidade com o encantamento da cultura e eventos criativos para ressignificar uma área atualmente degradada”, explica Cascão.
O grupo Parangolé
Inspirado em referências como Hélio Oiticica, Bertolt Brecht e Augusto Boal, o Parangolé se consolidou como um coletivo artístico-político com foco em mobilização social por meio da arte. Fundado em 1999 por Rodolfo Cascão, Fernanda Macruz, Sandra Albéfaro e Lucílio Gomes, o grupo nasceu com o conceito de "arte-mobilização", colocando o lúdico e a linguagem cênica a serviço de causas públicas.
Ao longo de sua história, o Parangolé realizou mais de cem trabalhos, circulando por cidades do interior de Minas Gerais e por capitais brasileiras, além de uma participação internacional na Expo Zaragoza, na Espanha.
“O Parangolé é menos um grupo e mais um movimento: ajuntamento de pessoas, ideias, causas e possibilidades de intervenção. Criamos mais de uma centena de peças, esquetes e performances artísticas. Quem junta mais gente que um show? um futebol arte? um carnaval? um círio de Nazaré? Colocamos nossos corpos e talentos pra mobilizar pra cidadania. E por isso somos resistência. Sobrevivemos 25 anos na contramaré das políticas culturais que em sua maioria vão em outra direção. Esse evento é pra dizer que não desistimos dos sonhos”, afirma o poeta, cordelista, educador e um dos integrantes da trupe, Rodolfo Cascão.
Festival Parangolé 25 anos
Sexta, a partir das 18h; sábado e domingo, a partir das 14h na Funarte MG (Rua Januária, 68 - Centro). Gratuito. Mais informações: Instagram @grupo_parangole_mob