
“Nesta edição, temos um foco não exclusivo, mas muito dirigido, para a ideia do canto. Trouxemos vozes que estão presentes no campo da música e da arte e conectadas com a nossa programação do ano. Estamos falando de uma voz que não só lírica, da crônica ou da narrativa, mas de uma pesquisa em torno da voz e o dizer do canto, que pode existir de muitas maneiras”, explica Júlia Rebouças, diretora artística do Inhotim e curadora do festival ao lado de Marilia Loureiro.
Os shows ocupam espaços inéditos dentro do museu, como o Palco Desert Park, instalado próximo à Galeria Adriana Varejão, e o Palco Piscina, ao lado da obra de Jorge Macchi. “Desta vez, apresentamos palcos em áreas descentralizadas do Inhotim, para que a pessoa visitante tenha uma experiência diferente do ano passado. Os palcos Piscina e Desert Park oferecem a possibilidade de outros percursos físicos e sensíveis, que integram a curadoria musical do festival a um entorno específico de obras, arquitetura e natureza", acrescenta Júlia.
A programação do festival começa na sexta-feira, 11, com o espetáculo “Torü Wiyaegü”, de Djuena Tikuna, cantora e ativista indígena. No sábado, 12, se apresentam Luiza Brina, com o disco “Prece”, seguida por Mônica Salmaso e pela cantora norte-americana Cécile McLorin Salvant. No domingo, 13, sobem ao palco Josyara, Tetê Espíndola, Ilê Aiyê e Brisa Flow, que encerra o festival com uma discotecagem experimental.
“A nossa ideia é que este festival se conecte ao Inhotim de modo radical. Isso acontece, em um primeiro momento, com o line-up de vozes em meio à arte e à natureza, mas também há um desejo de que ele reverbere os debates atuais, a pesquisa curatorial, o programa de educação e os diálogos que estamos promovendo ao longo do ano. Em 2025, temos falado, enquanto instituição, de território, de povos originários e da reinvenção de nossas relações com a natureza. As vozes do festival também ressoam esses caminhos e a urgência desses temas”, finaliza Júlia.
Além do Jardim Sonoro, a programação de julho inclui visitas educativas, oficinas artísticas e rodas de conversa, como a promovida pelo coletivo Cio da Terra, em celebração ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e ao Dia de Tereza de Benguela no Brasil, convidando o público a refletir sobre trajetórias de mulheres negras que marcaram a história por meio da luta e resistência. Também seguem em cartaz os últimos dias da exposição “Ensaios sobre paisagem”, na Galeria Lago, aberta ao público até o dia 27, com obras que abordam temas como mudanças climáticas, ancestralidade e as relações entre tempo e natureza.
Ampliação do funcionamento
Para receber o público durante as férias, o Inhotim ampliou seu funcionamento e passa a abrir também às terças-feiras, das 9h30 às 16h30. A entrada segue gratuita às quartas-feiras e no último domingo do mês, em 27 de julho, em ação patrocinada pela Cemig. Em 2024, 60% do público do Inhotim teve acesso gratuito ao espaço, em uma parceria que se mantém desde 2008.
Os ingressos podem ser reservados antecipadamente pelo site ou aplicativo do Inhotim. Para facilitar o deslocamento de quem sai de Belo Horizonte, o museu firmou parceria com a Buser, que oferece transporte aos sábados e domingos, com saída às 8h do Expominas e retorno às 17h, ao valor de R$ 39,90 por trecho.