
A solicitação foi apresentada pelas próprias bandas e encaminhada à Prefeitura por meio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), da Fundação Municipal de Cultura (FMC) e da Diretoria de Patrimônio Cultural (DIPC). O pedido havia sido protocolado em 2024.
Com a decisão do conselho, serão realizadas as etapas de Inventário Cultural e elaboração do Dossiê de Registro. Esses estudos devem mapear mestres, maestros, celebrações, práticas e locais ligados à história das bandas, além de apontar riscos à sua continuidade e indicar ações necessárias para a salvaguarda. Após a conclusão, o material será submetido novamente ao CDPCM-BH, que deliberará sobre a concessão do título de Patrimônio Cultural da Cidade.
A secretária municipal de Cultura e presidente do CDPCM-BH, Eliane Parreiras, destacou a importância do reconhecimento. “As bandas tradicionais de música carregam consigo um papel fundamental na construção da identidade de Belo Horizonte. Reconhecer oficialmente esse bem cultural é valorizar o trabalho de gerações de músicos que, com dedicação e amor à arte, mantêm viva uma tradição que faz parte da história da nossa cidade”, afirmou.
A presidente da Fundação Municipal de Cultura, Bárbara Bof, também reforçou o caráter comunitário da iniciativa. “Ao abrir o processo de registro, damos um passo importante para garantir que essa expressão continue presente no dia a dia da cidade. Ao preservar as bandas, preserva-se também o espírito comunitário, as memórias afetivas e a riqueza cultural que moldam a capital”, disse.
Atualmente, três bandas tradicionais seguem em atividade em Belo Horizonte: Sociedade Musical Carlos Gomes, Banda Cosme Ramos e Banda 12 de Março. Fundada em 1896, a Carlos Gomes é a mais antiga e surgiu a partir de operários da construção da capital. Sua sede permanece no Bairro Calafate, na região Oeste.
“Estamos muito felizes e satisfeitos com o parecer favorável de abertura do processo de registro. Em 2025, a nossa banda completa 129 anos de existência e esperamos que essa iniciativa nos ajude a conquistar a tão sonhada salvaguarda, para perpetuar essa tradição por muitos anos”, afirmou Dhenerson Augusto Carneiro, presidente da Sociedade Musical Carlos Gomes.
A Banda Cosme Ramos foi criada em 1984 no Bairro Campo Alegre e atualmente está sediada na Pampulha. Já a Banda 12 de Março surgiu em 1975, no Vale do Jatobá, com apoio de freiras ligadas à Escola Sesi Hamleto Magnavacca.
“As bandas carregam a memória afetiva e a identidade cultural de uma cidade inteira. Ao reconhecer seu valor como patrimônio imaterial garantimos a preservação de sua história, protegemos seus saberes e valorizamos os músicos que mantêm viva essa tradição”, afirmou Clessius Ribeiro, maestro da 12 de Março.