
A programação reúne mais de 15 filmes produzidos entre as décadas de 1940 e 1990, de gêneros variados como drama, thriller, comédia, ficção científica e documentário. Os ingressos são gratuitos: metade deles pode ser retirada on-line no site da Eventim, a partir de meio-dia no dia das sessões, enquanto o restante será distribuído presencialmente na bilheteria do Cine Humberto Mauro, 30 minutos antes de cada exibição, mediante apresentação de documento com foto.
Entre os destaques, estão títulos consagrados como “Alemanha, Ano Zero” (1948), de Roberto Rossellini; “A Infância de Ivan” (1962), de Andrei Tarkovski; “Os Melhores Anos de Nossas Vidas” (1946), de William Wyler; “A Ascensão” (1977), de Larisa Shepitko; “A Escolha de Sofia” (1982), de Alan J. Pakula; e “Vá e Veja” (1985), de Elem Klimov. A mostra ainda exibe obras de países como Alemanha, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Líbano, Reino Unido e União Soviética.
No dia 2 de outubro, haverá uma sessão comentada que reúne os curtas “Noite e Neblina” (1956), de Alain Resnais, e “Eles Não Existem” (1974), de Mustafa Abu Ali. O debate ficará a cargo do professor Christian Bravo.
A seleção propõe revisitar momentos em que o cinema voltou suas câmeras para sobreviventes, cidades em ruínas e o processo de reconstrução de mundos despedaçados. Em “Black Rain – A Coragem de uma Raça” (1989), Sh%u014Dhei Imamura retrata as marcas deixadas pela bomba de Hiroshima a partir da trajetória de Yasuko, jovem atingida pela “chuva negra” radioativa. O longa aborda não só os efeitos da radiação ao longo dos anos, como também a exclusão social enfrentada pelos sobreviventes. Já em “A Escolha de Sofia”, Meryl Streep interpreta uma polonesa presa em Auschwitz com os dois filhos pequenos, em um dos papéis mais marcantes de sua carreira. Em outra chave, “Vá e Veja” mergulha no trauma da invasão nazista na Bielorrússia pelo olhar de um garoto, em uma das representações mais intensas já feitas sobre a guerra.
Segundo Vitor Miranda, Gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e curador da mostra, “a Segunda Guerra Mundial foi, talvez, o conflito mais marcante e traumático do século XX, e para a história do cinema também. É um conflito que é constantemente abordado nos filmes e influenciou muito diretamente a linguagem cinematográfica em todo o mundo. E aí, dentro da seleção das obras, pensando nessa efeméride de 80 anos depois do fim da guerra, a gente fez uma seleção de filmes que vão digerir os traumas desse evento. Ao revê-los agora, temos novas reflexões, pensamentos e formas de lidar com essas obras. Isso permeou a escolha da curadoria, que está muito diversa, com filmes de vários países. Vai ser interessante poder revê-los dentro da sala de cinema”, adianta.
Mostra “1945: 80 anos depois”
Quando: de terça-feira (30) a 15 de outubro
Onde: Cine Humberto Mauro - Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 - Centro)
Classificações indicativas: Variadas