
Intitulada “Bonecos Giramundo”, a exposição abre ao público neste sábado (11) e segue até 22 de fevereiro de 2026, na Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, com entrada gratuita. São cerca de 600 peças — entre bonecos, máscaras, objetos de cena e elementos cenográficos — que marcaram diferentes fases da trajetória do coletivo no teatro, no cinema de animação e na televisão.
A exposição oferece ao público uma retrospectiva abrangente da obra de Álvaro Apocalypse, considerado o maior criador do teatro de bonecos brasileiro. São peças originais de 25 montagens realizadas entre 1970 e 2003, além de bonecos de 15 espetáculos recentes e coproduções para televisão. A curadoria se organiza em três eixos: “Coleção Álvaro Apocalypse”, “Coleção Giramundo Século XXI” e “Cine Giramundo”. Há ainda uma seção educativa, na PQNA Galeria Pedro Moraleida, que detalha os processos de construção dos bonecos e seus mecanismos de funcionamento – uma verdadeira “anatomia das marionetes”.
Na “Coleção Álvaro Apocalypse”, o público poderá conhecer as diferentes fases do grupo: Período Lagoa Santa (1971–1976), Período Clássico UFMG (1979–1988), Período UFMG Tardio (1990–1999) e Período 2000–2003. Já a “Coleção Giramundo Século XXI” inclui as séries Trilogia Giramundo Teatro e Cinema, Mitologias, TV Giramundo, Miniteatro Ecológico e Bonecos Gigantes.
Segundo Marcos Malafaia, um dos diretores do grupo e curador da exposição, a mostra se distingue de outras similares por apresentar, pela primeira vez, de forma abrangente, as duas fases do Giramundo: o período Álvaro Apocalypse (1971–2003) e o período pós-Apocalypse (2005–2025). "O conceito curatorial parte da ideia de permanente mutação e experimentação, que orienta todo o processo criativo do Giramundo. Essa noção de transformação contínua é o fio condutor que conecta os diferentes setores da mostra — coleções de bonecos, espetáculo, figurinos, cenografia e filmes —, revelando como o grupo se reinventa ao longo do tempo sem perder suas características essenciais, sempre derivadas do desenho e do planejamento gráfico”, afirma.
A exposição, realizada pela Fundação Clóvis Salgado em parceria com o Giramundo, reúne a maior coleção de bonecos do Brasil. Mais do que exibir o acervo, o projeto também se propõe a inventariar e restaurar as peças, preservando um patrimônio cultural de Minas Gerais. A Ocupação Giramundo apresenta ainda mostra de cinema, visitas guiadas e atividades educativas, articulando as diferentes linguagens do grupo e oferecendo ao público uma experiência imersiva sobre o teatro de bonecos como arte e campo de formação.
Como parte da programação, o grupo também apresenta o espetáculo “Alice no País das Maravilhas”, no domingo (12), no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, em comemoração ao Dia das Crianças. Os ingressos custam a partir de R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada), disponíveis na Eventim e na bilheteria do Palácio das Artes.
Para o presidente da Fundação Clóvis Salgado, Sérgio Rodrigo Reis, o projeto celebra a longevidade de duas instituições fundamentais para a cultura mineira. “É com imensa alegria que o Palácio das Artes recebe esta exposição e as demais atividades que acontecem na ‘Ocupação Giramundo’. O grupo, assim como a Fundação Clóvis Salgado, é uma organização muito importante quando pensamos na produção e acesso à cultura em Belo Horizonte e em Minas Gerais. Dessa forma, celebramos os aniversários de ambos, conjuntamente e, com atividades tão diversificadas, é uma forma de reforçarmos o compromisso com a difusão artística e cultural em nosso estado. Afinal, o Palácio das Artes é um espaço para todos”, afirma.
Giramundo
Fundado em 1970 por Álvaro Apocalypse, Tereza Veloso e Madu, o Giramundo consolidou-se como referência no teatro de bonecos pela qualidade de suas produções e pela experimentação que marca sua linguagem. Em mais de cinco décadas, o grupo estreou mais de 40 espetáculos, explorando diferentes técnicas de manipulação — fios, varas, luvas e até bonecos vestíveis — e abordando desde a cultura brasileira até clássicos da literatura mundial. Hoje, sob a direção de Bia Apocalypse, Marcos Malafaia e Ulisses Tavares, o Giramundo amplia suas atividades e atravessa fronteiras, com um núcleo multimídia que une teatro e cinema de animação.
Exposição “Bonecos Giramundo”. Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard – Av. Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte. De sábado (10) a 22/02/2026. Horário: terça a sábado, das 9h30 às 21h; domingo, das 17h às 21h. Entrada gratuita.
Alice no País das Maravilhas – Grupo Giramundo
Alice no País das Maravilhas – Grupo Giramundo
Grande Teatro Cemig Palácio das Artes – Av. Afonso Pena, 1537, Centro – Belo Horizonte. Dia domingo (12), às 17h30. Ingressos: Plateia I – R (inteira) e R (meia) | Plateia II – R (inteira) e R (meia) | Plateia Superior – R (inteira) e R (meia). Vendas na Eventim e na bilheteria do Palácio das Artes.