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Zoológico de BH recebe casal de leões-brancos

Felinos raros chegam à capital para integrar plano internacional de conservação e poderão ser vistos pelo público a partir deste sábado (18)


postado em 17/10/2025 09:51 / atualizado em 17/10/2025 09:55

Os felinos vieram do Parque Beto Carrero World, em Santa Catarina, e já estão em seu recinto definitivo, na área de visitação(foto: Lilian Karnopp/Divulgação)
Os felinos vieram do Parque Beto Carrero World, em Santa Catarina, e já estão em seu recinto definitivo, na área de visitação (foto: Lilian Karnopp/Divulgação)
O Zoológico de Belo Horizonte ganhou dois novos moradores que prometem atrair olhares e despertar a curiosidade do público. Um casal de leões-brancos (Panthera leo krugeri), espécie rara e inédita no plantel da instituição, chegou à capital mineira nesta quarta-feira (15). Os felinos vieram do Parque Beto Carrero World, em Santa Catarina, e já estão em seu recinto definitivo, na área de visitação.

Acostumados à vida sob cuidados humanos e sem condições de retorno à natureza, Mafu (macho, nascido em 15/5/2011) e Pretória (fêmea, nascida em 1/3/2011) serão incluídos em um plano internacional de conservação da espécie e poderão participar de futuros programas de reintrodução em caso de reprodução.

Nos primeiros dias, os animais permanecerão em uma área restrita do recinto, onde passam por observação e cuidados diários da equipe técnica. A partir deste sábado (18), os visitantes já poderão vê-los na área externa.

“Vamos observar, principalmente, a adaptação deles em relação ao novo ambiente e, por isso, é importante reforçar ao visitante a importância de adotar boas práticas de visitação a um espaço de conservação de fauna: respeitar os animais, fazer silêncio para não lhes causar estresse e admirar e contemplar seu comportamento natural sem tentar intervir ou chamar sua atenção, especialmente nas primeiras semanas, que são de adaptação”, explica Valéria Pereira, chefe da seção de mamíferos do Zoo de BH.

Os leões-brancos já foram considerados tecnicamente extintos na natureza entre 1992 e 2004, até que o Global White Lion Protection Trust realizou a primeira reintrodução bem-sucedida em seu habitat natural. Para Sandra Cunha, gerente interina do Zoológico e diretora de Zoobotânica, o episódio reforça o papel das instituições de conservação. “Esse fato mostra a importância dos Zoológicos como o de BH, que zelam, prioritariamente, pela preservação e pelo bem-estar dos animais”, afirma.

O Zoo de Belo Horizonte, administrado pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica (FPMZB), participa de programas nacionais e internacionais voltados à conservação de espécies ameaçadas ou em risco de extinção. O objetivo é manter a reprodução planejada e variabilidade genética — elementos essenciais para possíveis reintroduções na natureza.

Nos últimos anos, a capital já devolveu à vida livre seis papagaios-verdadeiros (em 2022) e sete papagaios-do-peito-roxo (em 2021), espécie ameaçada de extinção.

Ao contrário do que muitos imaginam, o leão-branco não é uma espécie diferente, mas uma variação de cor (leucismo) que ocorre em leões sul-africanos. A coloração branca é resultado de uma mutação genética recessiva que inibe parcialmente a produção de melanina. Mesmo com a pelagem clara, eles não são albinos, pois não apresentam alterações na visão ou problemas de saúde associados à ausência total de pigmentos.

A chegada de Mafu e Pretória reforça a expertise do Zoológico de BH no manejo de grandes felinos — uma área em que a instituição é referência nacional. A equipe técnica, composta por biólogos, veterinários, zootecnistas e tratadores especializados, já acumula décadas de experiência com espécies exóticas e brasileiras.

“Termos sido escolhidos pelo Parque Beto Carrero e pelos órgãos fiscalizadores para acolher esses animais reforça a nossa expertise em bem-estar animal e em manejo de grandes felinos, áreas em que temos atuação e competência reconhecidas nacional e internacionalmente. Com esses dois novos animais, esperamos poder contribuir ainda mais com a conservação da biodiversidade, pilar principal da nossa instituição”, finaliza Sandra Cunha.

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