Estado de Minas ENCERRAMENTO

Camaleão leva "Recriar" à Praça JK e finaliza temporada neste sábado (15)

Espetáculo ocupa espaço público com pesquisa coletiva e interação com o público, encerrando ciclo que passou por praças de BH e Contagem desde outubro


postado em 13/11/2025 12:06 / atualizado em 13/11/2025 12:14

Apresentação, que aconteceria no último final de semana, foi adiada por causa das chuvas(foto: Maria Cheib/Reverso Filmes)
Apresentação, que aconteceria no último final de semana, foi adiada por causa das chuvas (foto: Maria Cheib/Reverso Filmes)
O Camaleão Grupo de Dança finaliza neste sábado (15), às 11h, na Praça JK, a temporada de estreia de “Recriar”, novo trabalho da companhia, que desde outubro vem ocupando praças de Belo Horizonte e Contagem. A apresentação estava inicialmente marcada para a Praça da Liberdade no último fim de semana, mas precisou ser adiada por causa das chuvas.

Criado para espaços públicos, “Recriar” nasce de um processo de pesquisa conduzido pelos coreógrafos Inês Amaral e Vanilton Lakka, em parceria com os cinco bailarinos que estão em cena. A proposta parte de uma provocação que se tornou comum no pós-isolamento: como reaprender a conviver, escutar e estar junto num cotidiano marcado pela pressa?

Os intérpretes Dalton Walisson, Isabela Guerra, Ivo Igino, John Morais e Mariana Chalfum desenvolvem, a partir de jogos físicos e improvisação, uma investigação sobre o lúdico e a atenção ao outro. O trabalho se dá no corpo e também na relação direta com o público que circula pelas praças.

“A criação coletiva é a essência do Recriar. Cada intérprete trouxe suas vivências, corpos e percepções para a cena, onde juntos construímos uma obra que reflete o diálogo, o respeito e a escuta como fundamentos da dança e da convivência humana”, afirma Inês Amaral.

Além da escolha estética, a ocupação do espaço público também faz parte da identidade da montagem. “Apresentar a dança em espaços públicos é também uma escolha política e poética: queremos levar a arte para lugares onde as pessoas passam, trabalham e vivem, rompendo as fronteiras entre o palco e a rua, entre o artista e o cidadão. A cidade torna-se palco e o encontro da Arte”, diz Marjorie Quast, diretora geral e fundadora do grupo.

A circulação do espetáculo integra o projeto Recriar, que também ofereceu oficinas gratuitas ao longo dos últimos seis meses para jovens bailarinos em formação, incluindo participantes do Grupo Somos, do projeto Somos Comunidade. A etapa formativa se encerra com a apresentação chamada “Encontro”, em que os alunos mostram ao público o resultado das atividades. 

Camaleão Grupo de Dança 

Fundado em 1984 por Marjorie Quast, o Camaleão Grupo de Dança é uma das companhias mais longevas do país e integra o patrimônio cultural de Minas Gerais. Ao longo de quatro décadas, acumulou 21 montagens, 14 coreógrafos convidados e mais de 50 prêmios. Em parceria com o Núcleo Artístico — escola criada em 1978 — mantém também o Projeto Escola de Artes, realizado com apoio do Instituto Unimed-BH, oferecendo aulas de dança para cerca de 200 crianças e jovens do Morro das Pedras.
 
Camaleão Grupo de Dança – “Recriar”. 15/11, às 11h, Praça JK – Av. dos Bandeirantes, 240, Belo Horizonte. Entrada gratuita. 

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