
A montagem, com direção de Paulo Rogério Lage, propõe uma imersão na história e na poesia do gênero, reunindo os músicos Maíra Manga (voz), Egídio Oliveira (voz e violão), Luadson Constâncio (piano), João Paulo Avelar (baixo) e Gegê Mendes (bateria). Com cenário e iluminação de Pedro Pederneiras, figurino de Liana Fernandes e assistência de direção e narração de Bob Tostes, o espetáculo busca resgatar o lirismo e a sofisticação que caracterizaram o samba-canção.
Segundo Lage, o projeto nasceu de lembranças familiares e de uma homenagem ao irmão, Silvério. “O samba-canção foi muito popular nas décadas de 40 e 50, a geração dos meus irmãos e primos. As músicas falavam de amor, quase sempre um amor perdido, de um jeito muito bonito e melancólico. São canções belíssimas que, apesar de estarem um pouco esquecidas, permanecem no inconsciente coletivo brasileiro”, afirma.
Ele também recorda a influência desse repertório em sua formação musical. “Era o som que vazava dentro de casa, nos saraus em família e no rádio. Isso inspirou o nome do espetáculo, Paixão Brasileira, porque o tema do amor sempre esteve presente.”
O espetáculo contextualiza o surgimento do samba-canção no pós-fechamento dos cassinos, em 1946, quando músicos migraram para as boates de Copacabana e consolidaram um estilo intimista e emocional. No repertório, canções de Tom Jobim, Dolores Duran, Ary Barroso, Maysa, Lupicínio Rodrigues e outros compositores que ajudaram a construir uma das fases mais marcantes da música popular brasileira.