Estado de Minas LEGISLAÇÃO

Projeto quer liberar saque do FGTS para quem se demite

Proposta precisa ser votada no plenário do Senado


postado em 26/11/2018 15:50 / atualizado em 26/11/2018 16:01

(foto: Caixa/Divulgação)
(foto: Caixa/Divulgação)

Uma reivindicação antiga dos trabalhadores brasileiros pode ser votada no plenário do Senado na próxima terça, dia 27 de novembro: a autorização para saque integral do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) mesmo para quem pedir demissão. A proposta consta do Projeto de Lei do Senado (PLS) 392, de 2016, de autoria da senadora Rose de Freitas (Pode-ES).

Segundo a parlamentar, o governo deveria deixar de tutelar o trabalhador, que é o real dono do dinheiro e deve decidir onde e como aplicar o que lhe pertence. A senadora nega que exista o risco de que muitos se demitam para ter acesso à verba. Para ela, principalmente em tempos de grave crise econômica, poucos se arriscariam a abandonar o emprego em troca de sacar todo o fundo.

"É chegada a hora de entendermos que o trabalhador quer dar um basta à ideia equivocada de que deve ser tutelado pelo estado. Ninguém sabe melhor o que fazer com os seus próprios recursos do que o seu proprietário, que é o legítimo dono desse dinheiro. Todos sabemos que a rentabilidade das contas do Fundo de Garantia, composta por TR [Taxa Referencial de juros do Banco Central] mais 3% de juros ao ano, tem permanecido abaixo mesmo de investimentos mais conservadores, como a poupança", comenta Rose de Freitas em recente discurso na tribuna do plenário do Senado.

A senadora aproveitou para lembrar ainda que, quando o trabalhador se demite, nem sempre ele toma essa decisão por livre escolha. Muitas vezes, as condições de trabalho são precárias, há atrasos no salário, desejo de buscar novos desafios, necessidade de tratamento médico ou até a vontade de se tornar empreendedor.

"Até mesmo o intuito de reformar e ampliar a sua casa é justificativa plenamente válida para que se possa usar o Fundo de Garantia. Eu insisto nisto: o trabalhador não precisa justificar a sua decisão, pois o dinheiro é dele", diz a parlamentar.

Atualmente, só tem direito a saque do FGTS quem é demitido sem justa causa e em casos específicos, como para a aquisição de imóvel, no caso de aposentadoria, de fechamento da empresa ou de determinadas doenças.

(com Agência Senado)

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