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Estado de Minas TRAGÉDIA DE MARIANA

Nova Bento Rodrigues deve ser inaugurada em 2020

Entidade criada pela Samarco tem prazo para reassentar todas as famílias atingidas pelo mar de lama


postado em 31/07/2019 13:58 / atualizado em 31/07/2019 14:19

Além das casas para as 255 famílias, também está prevista a construção de escola, posto de saúde, igrejas, praça, campo de futebol, associação comunitária e quadra poliesportiva. Foto: Mirna de Moura/TJMG(foto: Mirna de Moura/TJMG/Divulgação)
Além das casas para as 255 famílias, também está prevista a construção de escola, posto de saúde, igrejas, praça, campo de futebol, associação comunitária e quadra poliesportiva. Foto: Mirna de Moura/TJMG (foto: Mirna de Moura/TJMG/Divulgação)
"Só me vem uma palavra: angústia". É assim que Mauro Marcos da Silva, de 50 anos, define a sensação da espera pela conclusão da nova comunidade de Bento Rodrigues, prevista inicialmente para terminar em 2018. Ele é um dos moradores que perdeu a casa durante o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, em 2015.

Mas pelo menos o aguardo tem data para acabar. Um acordo entre a Fundação Renova - entidade criada pela Samarco para reparar os prejuízos causados - e o Ministério Público de Minas Gerais definiu que as famílias atingidas deverão ser reassentadas até o dia 27 de agosto de 2020.

A nova comunidade de Bento Rodrigues está a 8km de distância de Mariana. A área de 96 hectares foi escolhida de acordo com as exigências dos atingidos, respeitando as características da terra onde viviam. Além das casas para as 255 famílias, também está prevista a construção de escola, posto de saúde, igrejas, praça, campo de futebol, associação comunitária e quadra poliesportiva. Na última segunda-feira (29), foi iniciada a construção da primeira casa da nova comunidade, com a colocação simbólica do primeiro tijolo.

O rompimento da barragem do Fundão aconteceu em 5 de novembro de 2015. As casas de Bento Rodrigues foram algumas das primeiras construções atingidas pela onda de rejeitos da mineradora Samarco. Desde então, cerca de 300 famílias vivem em imóveis alugados pela Fundação Renova, na região de Mariana e Barra Longa. A Renova também promove ações culturais e possui programas que cuidam da saúde mental e física das vítimas. Após o término das obras, a fundação pretende acompanhar a comunidade por no mínimo dois anos, através de um monitoramento socioeconômico. Mas nem tudo pode ser resolvido com dinheiro. "Enquanto as obras não ficam prontas, a população vai adoecendo. Principalmente os mais velhos, que vão se esvaindo em uma casa alugada fora da sua terra", reclama Mauro Marcos da Silva. 

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