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"Ao denominar de "aborto" a ausência da figura paterna na criação do filho, suscita-se uma resposta emocional mais visceral da sociedade do que ao usar o termo "abandono". Entretanto, a segunda expressão é a mais adequada para se referir a esse tipo de caso", descreve Thales Coutinho, coordenador do curso de Psicologia da Estácio BH.
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Na teoria do apego evitativo, criada pelo psicanalista inglês John Bowlby, não necessariamente a criança abandonada repetirá o mesmo comportamento do pai na vida adulta, como descreve Coutinho. "É pouco provável que o indivíduo consiga constituir uma família. Isso porque o (a) próprio (a) parceiro (a) será percebido (a) como uma figura ameaçadora. Contudo, uma vez formado o vínculo afetivo, não há na literatura nada que demonstre essa reprodução do padrão do pai. Isso dependerá de uma série de características individuais e fatores ambientais", analisa.
O especialista enfatiza que o melhor caminho é buscar mecanismos de combate ao abandono afetivo masculino. "O primeiro é conscientizar os pais de que isso traz consequências jurídicas e prejuízos psicológicos para a criança. Também é possível intervir à luz da psicologia. A identificação de pontos de semelhança entre o filho e o pai pode favorecer um vínculo maior e, consequentemente, reduzir o risco de abandono. Quando esse caminho não funciona, os meios legais devem ser acionados", orienta.