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Estado de Minas ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Hotéis de BH se adaptam para continuar abertos durante a pandemia

Enquanto dezenas de estabelecimentos estão fechados na capital mineira, alguns se reinventaram para receber hóspedes


postado em 23/04/2020 00:32 / atualizado em 23/04/2020 00:40

Check-in virtual, novos procedimentos de higiene e tarifa solidária são algumas das apostas de hotéis de Belo Horizonte em meio às medidas de isolamento social impostas devido ao novo coronavírus (foto: Pixabay)
Check-in virtual, novos procedimentos de higiene e tarifa solidária são algumas das apostas de hotéis de Belo Horizonte em meio às medidas de isolamento social impostas devido ao novo coronavírus (foto: Pixabay)
Quem precisa trafegar pelas ruas de Belo Horizonte nota dezenas de hotéis fechados. A explicação é simples: por causa da política de isolamento social imposta pela epidemia do novo coronavírus, faltam hóspedes. Mas e quem está de passagem pela capital mineira ou procura um lugar para passar a quarentena longe de casa? Para atender a esses clientes, alguns hotéis adaptaram seus procedimentos e instalações e mantiveram suas portas abertas mesmo em meio ao caos da Covid-19.

Localizado na Savassi, o Vivenzo implantou rígidos protocolos de higienização, com funcionários confinados e separados dos hóspedes. A ideia é atender profissionais da saúde que evitam voltar para casa para não colocar a família em risco, pilotos e comissários de bordo, pessoas que não residem em BH e estão com algum familiar hospitalizado por aqui, ou quem voltou de uma viagem de trabalho e prefere fazer a quarentena em hotel. O check-in e o check-out são feitos virtualmente e áreas comuns do prédio, como restaurante, academia e lounge estão fechadas. Os hóspedes só têm acesso ao apartamento e assim que ele é desocupado fica em quarentena de desinfecção por 72 horas. Com 240 quartos, o hotel diminuiu sua capacidade para 120, com o objetivo de se adequar ao protocolo criado. "Mesmo antes da pandemia, havíamos redesenhado o processo de limpeza dos quartos, que é o mesmo há 100 anos", conta Frederico Amaral, fundador e CEO da Macna Digital Hotels, rede da qual o Vivenzo Savassi faz parte. "Em vez de uma mesma camareira entrar, limpar e arrumar o apartamento, temos uma equipe de limpeza e outra de arrumação." Ele diz que, com a inovação, nada do que está sujo entra em contato com o que está limpo. "Tivemos um ganho muito grande em segurança biológica. O que fizemos agora foi aprimorar isso", diz Frederico.

Também na Savassi, o My Place firmou parcerias com empresas para buscar mensalistas, já que os hóspedes ocasionais praticamente desapareceram após o início da pandemia da Covid-19. Muitos funcionários de companhias que mantém suas atividades e são de outras cidades ficaram com poucas opções para se hospedar. Entre as medidas de higiene estão uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) pelos colaboradores, novos procedimentos de higiene, maior espaçamento entre as mesas nos restaurantes e serviços opcionais de café da manhã e almoço no quarto. "A hotelaria terá de adaptar seus processos para esse mundo com Covid-19 e pós Covid-19", afirma Alexandre Moura, gerente do hotel. O My Place também separou andares exclusivos para hóspedes da mesma empresa. "Muitas vezes os funcionários trazem seus home office para cá e ficam com as portas abertas, porque quem está no quarto ao lado é seu colega de trabalho."

O cinco-estrelas Ouro Minas quer fisgar seus clientes pelo bolso. O hotel aposta em uma tarifa solidária como alternativa para quem precisa ficar fora de casa, especialmente aqueles envolvidos no enfrentamento do novo coronavírus, como profissionais da saúde. Afinal, como proceder se você precisa trabalhar todo dia, com risco de contrair o vírus, e tem alguém no grupo de risco em casa? Ir para um hotel pode ser uma opção. Nesse período, a diária do Ouro Minas caiu de 310 para 120 reais por pessoa. A tarifa para o casal passou de 360 para 200 reais, com café da manhã incluso. "Temos quase 25 anos de atuação e acreditamos que é uma obrigação com Minas Gerais e Belo Horizonte manter o hotel aberto para atender quem está precisando", afirma Monaline Alvarenga, gerente de marketing e relacionamento com clientes. O hotel garante que tem seguido todas as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS para a proteção de hóspedes, funcionários e fornecedores. Além de só liberar uma nova hospedagem após 72 horas da saída do último hóspede, a equipe do Ouro Minas está produzindo máscaras internamente, a partir do reaproveitamento de lençóis. "Por causa da pandemia, estamos recebendo reservas para períodos maiores que os habituais. Se a estadia for acima de três dias, pedimos para que o hóspede troque de quarto para que possamos fazer uma higienização total."

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