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Estado de Minas SAÚDE

Parkinson poderá ser tratado com estímulo cerebral sem cirurgia

A novidade faz parte de estudo realizado na UFMG


postado em 28/02/2019 10:58 / atualizado em 28/02/2019 11:17

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da UFMG descobriu que o estímulo de uma determinada parte do cérebro, na região chamada córtex motor secundário, leva a melhora dos sintomas causados pelo Mal de Parkinson. De acordo com os pesquisadores, a descoberta é o primeiro passo para o tratamento mais eficaz contra essa doença neurodegenerativa, possibilitando a melhora nas funções motora e cognitiva, o que nenhum outro procedimento é capaz de fazer até hoje.

O estudo foi publicado no dia 19 de fevereiro na revista científica Journal of Neuroscience, da Sociedade Americana de Neurociência.

Os testes foram realizados em camundongos com Parkinson, que tiveram áreas específicas do cérebro estimuladas por meio da técnica chamada optogenética.

Atualmente, existem dois métodos principais para tratar a doença: por meio da administração de medicamentos ou por procedimento cirúrgico. O uso de remédios costuma perder o efeito após alguns anos. Neste caso, a alternativa para pacientes que não possuem melhora com o medicamento é a realização de um procedimento cirúrgico que emprega a estimulação elétrica para corrigir as áreas cerebrais com atividade alterada pelo Parkinson.

No entanto, a cirurgia é considerada de alto risco, por ser necessário implantar eletrodos no cérebro. Além disso, o emprego de corrente elétrica não consegue direcionar os estímulos para células específicas, fazendo com que todas as regiões próximas ao implante sejam perturbadas, mesmo as saudáveis.

"Nós descobrimos que a manipulação da atividade de áreas superficiais é suficiente para levar à melhora. Essa observação indica que futuramente o procedimento cirúrgico possa ser simplificado, diminuindo os riscos decorrentes da manipulação de áreas profundas do cérebro. Além disso, nossa técnica só afeta o tipo de neurônio envolvido na doença", explica o biomédico e neurocientista Luiz Alexandre Viana Magno, citado por comunicado enviado á imprensa pela assessoria da Faculdade de Medicina da UFMG.

O pesquisador ressalta que o estudo recente é um ponto de partida para nas pesquisas. "Pode ser que a gente consiga encontrar outras áreas cerebrais, também localizadas na superfície do cérebro, que ao serem estimuladas causem benefício terapêuticos ainda maiores do que aqueles que nós observamos. É como fazer 'mineração'. Uma vez você acha uma pepita de ouro e fica muito feliz. Mas, algum dia, você pode encontrar uma ainda maior", comenta o biomédico.

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