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Estado de Minas ESPECIAL NOVO CORONAVÍRUS

Novo coronavírus infecta até neurônios, revela pesquisa da Unicamp

Estudo desenvolvido na instituição paulista agora vai investigar possíveis consequências da infecção dessas células cerebrais pelo causador da covid-19


postado em 30/04/2020 13:58 / atualizado em 30/04/2020 14:07

Cientistas da Unicamp conseguiram observar que o micro-organismo causador da covid-19 conseguiu penetrar em neurônios, células que constituem 10% do tecido nervoso humano(foto: Pixabay)
Cientistas da Unicamp conseguiram observar que o micro-organismo causador da covid-19 conseguiu penetrar em neurônios, células que constituem 10% do tecido nervoso humano (foto: Pixabay)
Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) acaba de descobrir que o novo coronavírus é capaz de infectar até mesmo as mais importantes células cerebrais: os neurônios, que são reposáveis pela transmissão dos impulsos nervosos, ou seja, são fundamentais para a maioria das funções do organismo.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores instituição paulista fizeram testes com neurônios cultivados in vitro, que foram propositalmente expostos ao novo coronavírus. Assim, os cientistas conseguiram observar que o micro-organismo causador da covid-19 conseguiu penetrar nas células, que constituem 10% do tecido nervoso humano.

"A primeira parte do trabalho era ver se o vírus pode entrar nessas células. A resposta é sim, os vírus entram nos neurônios. O que a gente vai fazer agora é o uso das ferramentas de química analítica que a gente tem e, com uma técnica chamada espectrometria de massas, a gente consegue monitorar moléculas nas células, como proteínas, metabólitos e como os lipídios, por exemplo, que são as moléculas de gordura", explicou  o professor do Instituto de Biologia da Unicamp Daniel Martins-de-Souza, em entrevista à Agência Brasil.

Nessa segunda parte revelada pelo professor, os pesquisadores devem conseguir descobrir e entender possíveis consequências causadas pelo novo coronavírus ao infectar os neurônios. "Esse é o segundo passo e o mais importante do nosso trabalho", ressaltou Daniel Martins-de-Souza, ainda à agência de notícias federal.

Ele fez questão de destacar que ainda é cedo para conclusões clínicas, mas afirmou que se o coronavírus é capaz de penetrar nas células cerebrais, isso pode representar mais riscos às pessoas infectadas. Ainda segundo o professor, a anosmia (perda de olfato), um dos sintomas iniciais da infecção, é um indício de que pode haver problema neurológico decorrente do novo coronavírus. Outro fato preocupante citado por Daniel Martins-de-Souza é que exames pós-morte tem apontado lesões cerebrais em pacientes que foram a óbito por covid-19.

(Com informações da Agência Brasil)

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