Mulheres deveriam largar o hábito de fumar. Pesquisas mostram que o público feminino que consome tabaco antecipa a menopausa em até cinco anos e, com isso, aumenta o risco cardiovascular e a velocidade de envelhecimento da pele e de descalcificação dos ossos.
De acordo com a cardiologista Jacqueline Scholz, professora da da Faculdade de Medicina da USP, a menopausa causa a redução dos níveis hormonais e isso está relacionado com o aumento do risco cardiovascular. Nas mulheres, o tabaco é fator de risco para a antecipação da menopausa. "As mulheres que fumam acabam perdendo essa proteção natural; ao antecipar a menopausa, as mulheres, então, antecipam o risco cardiovascular", diz a médica ao Jornal da USP.
O tabagismo interfere na quantidade de estrógeno (hormônio feminino) por conta da nicotina e do monóxido de carbono presentes no cigarro. A cardiologista alerta que a melhor maneira de evitar esses problemas é parando de fumar. A questão, ressalta Jacqueline, é justamente em como fazer o paciente parar. É aí que entra a importância do tratamento. "Muitas vezes, o estado emocional é o determinante que faz com que a pessoa, mesmo sabendo que ela tem que parar de fumar, não consiga nem tenha energia", comenta a especialista. Ela lembra que a dependência do cigarro envolve dois circuitos cerebrais: um químico, em que a medicação vai bem; e um comportamental, que é a orientação e o acompanhamento.
A verdade é que o tabaco é um "grande enganador", pois o tabagista demora para perceber os problemas causados por ele. Jacqueline Scholz cita dados que informam que apenas 50% dos fumantes conseguem parar de fumar, mesmo após descobrirem alguma doença relacionada ao cigarro. Ela reforça ainda que existem serviços públicos de ajuda espalhados pelo Brasil inteiro para aqueles que desejam largar esse hábito negativo.
(com Jornal da USP)