Qual foi a última vez que você quis quebrar alguma coisa? Provavelmente foi quando o seu celular travou sem ter motivo. Mas quando foi a última vez que você de fato quebrou alguma coisa por querer?
Espalhados ao redor do mundo, existem locais onde pessoas comuns pagam para realizar esse desejo. São os “rage rooms”, quartos construídos para que você quebre objetos e coloque a raiva para fora de maneira segura. Basta apenas chegar em uma das lojas, comprar um pacote com os objetos que quiser quebrar, escolher a sua arma (pé de cabra, marreta ou taco de beisebol) e colocar uma trilha sonora apropriada. Existem os mais diversos modelos e propostas de “rage rooms”, indo desde réplicas de salas de estar, cozinhas e escritórios a até mesmo pacotes especiais para encontros românticos.
O primeiro “rage room” foi fundado no Japão em 2008, fruto do estresse dos trabalhadores com a recessão do país. Era uma loja chamada “the venting place” (um lugar para desabafar, em inglês), onde os clientes compravam uma quantidade de pratos e copos para em seguida descontar a raiva arremessando eles contra as paredes. A moda pegou e os “rage rooms” começaram a se espalhar por diversos países da Europa e pelos Estados Unidos.
Em uma casa geminada na região sul de São Paulo, fica o Break Lab Burger, um dos poucos “rage rooms” da América Latina. Escondido em um canto do bar fica o “quartinho da raiva”, onde os clientes podem descontar a frustração da rotina em garrafas, TVs, telefones e monitores. Os equipamentos eletrônicos oferecidos pelo Break Lab Burger foram comprados pela internet ou encontrados em locais de descarte de lixo eletrônico. Apesar do serviço diferenciado, a maior parte da renda do estabelecimento vem da venda dos sanduíches.
Embora pareça uma alternativa perfeita para acabar com todos os seus problemas e ainda queimar algumas calorias, é necessário ter atenção às contra indicações. Alguns psicólogos argumentam que formas agressivas de extravasar o estresse podem acabar gerando ainda mais raiva nas pessoas. Por isso, eles recomendam o uso dos “rage rooms” apenas para aqueles que são capazes de lidar bem com as suas emoções.