Estado de Minas CRISE

Cai riqueza das famílias brasileiras

Segundo o banco Credit Suisse, retração foi de R$ 1,4 trilhão


postado em 19/10/2018 08:29 / atualizado em 19/10/2018 08:35

(foto: Pixabay)
(foto: Pixabay)

Prejudicada pelo baixo crescimento econômico e principalmente pela desvalorização do real, a riqueza das famílias brasileiras encolheu US$ 380 bilhões (cerca de R$ 1,4 trilhão) nos últimos 12 meses, alcançando agora US$ 2,5 trilhões. O número foi divulgado na última quinta, dia 18 de outubro, pelo banco suíço Credit Suisse, dentro do relatório Global Wealth Report 2018.

O desempenho contrasta com o do restante do planeta. Em 2018, a riqueza global das famílias aumentou 4,6%, chegando a US$ 317 trilhões. De acordo com o relatório, problemas econômicos no Brasil e na Argentina tornaram a América Latina a única região do planeta a ter registrado queda no índie em 12 meses, com recuo médio de 4,9%.

O maior crescimento foi registrado na América do Norte, onde a riqueza das famílias aumentou 6,5% no ano passado, alcançando US$ 106,5 trilhões. Em seguida, veio a Europa, com expansão de 5,5% (US$ 85,4 trilhões), e a China, com alta de 4,6% (US$ 51,9 trilhões).

De acordo com o levantamento, a desvalorização das moedas locais foi a principal causa da redução da riqueza média em dólares, tanto no Brasil como na Argentina. O número de milionários caiu de 190 mil para 154 mil no Brasil e de 29 mil para 21 mil no país vizinho.

Tendência

Segundo o relatório do Credit Suisse, a redução da riqueza das famílias brasileiras tem sido uma tendência nesta década. A riqueza por adulto acumula retração de 36% entre 2011 e 2018 em valores convertidos para o dólar. A riqueza por adulto, destaca o documento, saltou de US$ 8.040 no ano 2000 para US$ 26,2 mil em 2011, caindo para US$ 14.236 este ano. Em reais, o valor per capita aumentou, mas a pesquisa informa que a alta deveu-se essencialmente à inflação, que transforma a perda em dólares em ganhos na moeda local.

A desigualdade foi outro aspecto da economia brasileira ressaltado no relatório. De acordo com o banco, o desemprego, atualmente em torno de 12%, e o crescimento esperado de 1,5% da economia para este ano pioram a distribuição de renda. Atualmente, o 1% mais rico da população brasileira detém 43% da riqueza familiar nacional, enquanto a proporção de pessoas com patrimônio inferior a US$ 10 mil (R$ 37,2 mil) equivale a 74% dos habitantes, contra média mundial de 64%.

(com Agência Brasil)

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