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Estado de Minas LEÃO

Como Pix e Auxílio Emergencial afetam o Imposto de Renda

Especialista em Direito Tributário explica que mais pessoas devem cair na malha fina na declaração de 2021, que teve prazo estendido até 31 de maio


postado em 27/04/2021 00:52 / atualizado em 27/04/2021 01:03

(foto: Freepik)
(foto: Freepik)
Apesar de ser uma tarefa comum para muitas pessoas, a declaração do Imposto de Renda (IR) sempre traz algumas dúvidas, mesmo para quem já está acostumado a realizá-la anualmente. Em 2021, de acordo com um advogado ouvido por Encontro, dois fatores devem ser motivo de dor de cabeça para os contribuintes e causar impacto na análise realizada pela Receita Federal: o Pix e o Auxílio Emergencial.

Geraldo Vieira, especialista em Direito Tributário, do Grupo GV, afirma que mais pessoas devem cair na temida malha fina em comparação a 2020, por causa do Pix. "Muitas pessoas se perguntam porque surgiu o Pix. Entre outros motivos, resumidamente, a resposta é a seguinte: um dos grandes diferenciais do novo sistema, muito mais moderno do que DOC e TED, é que ele permite maior rastreabilidade do dinheiro que é movimento no país. Deste modo, a Receita Federal consegue descobrir, por exemplo, que uma pessoa fez transações que, somadas, chegam a um valor superior ao que ela declarou ter recebido no período de um ano. Isso já era possível anteriormente, porém, o nível de assertividade na detecção dessas inconsistências será muito maior agora", esclarece o advogado.

Já o Auxílio Emergencial deve pegar muita gente de surpresa já na hora de enviar a declaração. E, para isso acontecer, não precisa que o próprio contribuinte tenha solicitado o dinheiro disponibilizado pelo Governo Federal devido à pandemia, mas sim seus cônjuges e outros dependentes, como filhos. "Caso seja detectado que um dos dependentes informados na declaração recebeu o Auxílio Emergencial, automaticamente será gerada uma DARF [Documento de Arrecadação de Receitas Federais] que deverá ser paga como forma de devolução do dinheiro recebido indevidamente. Em caso de não pagamento, esse cidadão é notificado formalmente pela Receita e pode ter seu CPF bloqueado ou sofrer outras punições previstas em lei", alerta Geraldo Vieira.

Novo prazo do IR até 31 de maio

Sobre a extensão do prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda de 2021, o advogado lembra que isso ocorreu devido ao momento de pandemia do novo coronavírus, mas a nova data não deve ser utilizada como "muleta" para aqueles que gostam de entregar a declaração em cima da hora. "O ideal é entregar o quanto antes. Vale lembrar que, nos últimos dias, devido a um provável grande fluxo de entregas, podem ocorrer problemas de congestionamento dos sistemas da Receita Federal e o contribuinte ou a empresa responsável acabar não conseguindo enviar os dados", orienta o especialista.

Outra vantagem de enviar a declaração mais cedo é a entrada nos primeiros lotes de restituição, caso haja imposto a ser restituído.

Declaração de retificação

Caso o contribuinte perceba que houve erro nos dados enviados, ele, ou a empresa contratada para fazer o serviço, podem realizar quantas declarações de retificação forem necessárias. "Não há limite de retificações. Muitas pessoas acreditam que corrigir informações é determinante para cair na malha fina, mas é um mito. Na verdade, ocorre o contrário. Se você perceber um ou mais erros, e corrigí-los com as declarações de retificação, as chances de dar algum problema são menores", esclarece Geraldo Vieira.

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