
As vendas de apartamentos no bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte, cresceram 9,9% no primeiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato da Habitação de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), que apontam o crescimento como reflexo direto da valorização do bairro e da procura por imóveis de médio e alto padrão.
Segundo o levantamento, 55% da demanda está concentrada na faixa entre R$ 700 mil e R$ 2 milhões. A localização estratégica do bairro, próxima ao Centro e a regiões como Lourdes, Savassi e Funcionários, além de aspectos como ruas planas e amplas, tem sido fator decisivo para o interesse do público comprador.
Empresas do setor da construção civil continuam investindo na região. Construtoras como Somattos, MIP, Terrazzas e Canopus mantêm empreendimentos no bairro e projetam novos lançamentos. Para Aurélio Rezende, gerente comercial da Somattos, a escassez de terrenos no Santo Agostinho valoriza ainda mais as unidades disponíveis. A empresa tem no bairro os empreendimentos Allegro, Lúmina e o recém-lançado Momento.
A Terrazzas também estreou na região com o projeto Iconic, previsto para ser entregue em 2027. De acordo com Carlos Alberto, diretor comercial da construtora, a alta procura demonstra que o perfil do comprador da região é exigente e busca retorno sobre o investimento, aliando localização, infraestrutura e mobilidade urbana. “Quem investe no Santo Agostinho valoriza funcionalidade, sofisticação e retorno sobre o investimento. Esse bairro é ideal para isso, tem uma topografia agradável, arborização, segurança e acesso facilitado. É um bairro onde a vida funciona com fluidez”, explica.
O arquiteto e urbanista Alexandre Nagazawa, diretor da BLOC Arquitetura Imobiliária, afirma que o Santo Agostinho se destaca por manter a ambiência de bairro, mesmo localizado em uma área central. “É um bairro cercado, contido em si por vias definidas de trânsito, o que deixa sua delimitação bem clara. A ambiência do bairro é reflexo da caminhabilidade, das ruas tranquilas e da presença de casas e parques arborizados.”, afirma. Ele ressalta ainda a estrutura completa da região, com escolas, hospitais, órgãos públicos e espaços de lazer, como a Praça Carlos Chagas, conhecida como Praça da Assembleia.
A valorização também se apoia na organização comunitária. Silvio Magalhães, presidente da Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Santo Agostinho (AMAGOST), destaca a atuação conjunta dos moradores em iniciativas voltadas à segurança, meio ambiente e qualidade de vida. A associação promove ações como plantio de árvores e treinamentos para profissionais dos edifícios residenciais da região. “É um privilégio morar no Santo Agostinho, um bairro repleto de cultura, arborizado e com grande senso de comunidade”, diz.
Para representantes do setor imobiliário, o cenário aponta para continuidade no crescimento das vendas, impulsionado tanto pela oferta qualificada de empreendimentos quanto pela percepção do bairro como um dos mais estruturados e consolidados da capital.