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Estado de Minas TELEVISÃO

Minissérie Felizes para Sempre? é baseada em famoso crime

Poucas pessoas sabem que essa produção que traz a atriz Paolla Oliveira é uma releitura da minissérie Quem Ama Não Mata, exibida em 1982, e que foi baseada no assassinato de uma socialite mineira


postado em 06/02/2015 16:20 / atualizado em 06/02/2015 16:35

Cena da minissérie Felizes para Sempre?, que trouxe histórias de crises conjugais e de um crime, baseado no famoso assassinato da socialite mineira Ângela Diniz(foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo/Divulgação)
Cena da minissérie Felizes para Sempre?, que trouxe histórias de crises conjugais e de um crime, baseado no famoso assassinato da socialite mineira Ângela Diniz (foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo/Divulgação)
Quando a minissérie Felizes para Sempre?, produzida pela O2 Filmes, começou a ser exibida pela Rede Globo, além das polêmicas cenas de nudez da atriz Paolla Oliveira, que interpreta uma bissexual, chamou a atenção também a lembrança de um crime que chocou o Brasil em 1976: o assassinato da socialite belo-horizontina Ângela Maria Fernandes Diniz. O acusado do crime era seu namorado, o playboy paulista Doca Street (Raul Fernandes do Amaral Street).

Ângela Diniz era considerada a "Pantera de Minas", tinha 32 anos, e em 1975, se separou do colunista social Ibrahim Sued, para, em seguida, se juntar a Doca Street. Eles estavam namorando há três meses, quando, numa viagem para a casa de praia em Búzios, litoral do Rio de Janeiro, uma briga levou o playboy a atirar contra a mineira. O crime chocou a sociedade e o julgamento se transformou num símbolo do machismo que existia na época: o juiz acatou a tese de que Raul tinha atirado em legítima defesa da honra e concedeu apenas dois anos de reclusão. Porém, após intensa pressão de grupos feministas, o julgamento foi anulado e, em 1981, Doca Street foi novamente condenado, mas, desta vez, a 15 anos de prisão.

O playboy Raul Fernandes do Amaral Street, o Doca Street, em foto da época em que matou a mineira Ângela Diniz(foto: Arquivo/CB/D.A Press)
O playboy Raul Fernandes do Amaral Street, o Doca Street, em foto da época em que matou a mineira Ângela Diniz (foto: Arquivo/CB/D.A Press)
Após anos em silêncio, em 2006 o assassinato voltou à tona com o lançamento do livro Mea Culpa, escrito por Doca Street, e publicado pela Editora Planeta. Na época, o ex-playboy chegou a dizer que se sentia arrependido. "Esse negócio de matar por amor é uma besteira. Foi uma briga que acabou com uma pessoa morta. Não tive a intenção. Penso em Ângela todos os dias, com tristeza. Tenho muita pena de ter a feito a mãe dela sofrer tanto", disse em entrevista à revista IstoÉ em setembro de 2006.

Procurado pela Encontro para falar sobre o retorno à mídia de seu caso com Ângela Diniz, com a exibição da minissérie Felizes para Sempre?, Doca Street, que hoje tem 80 anos, afirma que não está sabendo dessa produção da Globo, mas, estranhamente, retruca: "Não tem absolutamente nada a ver". Ao ser questionado sobre a versão que tem para os fatos, ele reclama: "Não vou falar nada. Já tem mais de 30 anos que isso aconteceu". E desliga a ligação.

A minissérie da Globo exibida em 2015 é uma releitura de outra série da emissora, Quem Ama Não Mata, escrita por Euclydes Marinho, e que foi exibida em 1982. Ela também se baseava em crimes cometidos contra mulheres, por casais em crise, incluindo o assassinato cometido por Doca Street.

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