
A inspiração de Ana são os trabalhos do tio, que é desenhista e trabalhava numa revista em quadrinhos. Ela decidiu seguir na área, porém, no segmento da arte realista, que é muito semelhante à fotografia. A estudante chegou a fazer um curso de desenho, mas abandonou logo no início. Ela assegura que desenvolveu as técnicas sozinhas, com ajuda da internet. Desde os 13 anos, a mineira faz trabalhos, sob encomenda, para casamentos, aniversários e pedidos diversos. Em média, ela gasta seis horas para concluir um desenho e cobra por volta de R$ 200. A inspiração para as longas horas de atividades é, segundo ela, uma boa música de fundo.

No momento, Ana está finalizando um desenho do personagem Thor, da Marvel, que teve filme lançado em 2011. Apesar de ainda não tê-lo concluído, a artista já considera a obra mais trabalhosa, pelo fato de ter pouco contraste.
A mineira participa de exposições culturais e já venceu concursos de arte. O sonho da jovem é expandir seu trabalho e formar outros talentos. "Uma vontade que eu tenho é de lançar um canal no YouTube com cursos direcionados para todo tipo de público, não só para quem desenha. Pretendo abrir, em BH, meu próprio estúdio para poder dar aulas e palestras. Quero estar mais próxima das pessoas e mostrar que o desenho não é uma coisa impossível", conta a jovem desenhista.
Há dois anos, Ana Antunes criou uma página no Facebook para exibir suas obras de arte. Hoje, ela já conta com mais de sete mil seguidores. Pessoas de diversos lugares do Brasil e do mundo acompanham o trabalho da mineira. Ela não tem dúvidas: quer seguir a carreira artística, mesmo reconhecendo que não é uma área valorizada no Brasil. "A arte não tem limites, e eu vejo que é possível ir além, é possível melhorar", garante a jovem.

Opinião de especialista
O renomado cartunista brasileiro, Quinho Ravelli, eleito o melhor do Brasil pelo troféu HQ MIX, em 2004, não poupa elogios ao trabalho da artista. "Apesar da pouca idade, Ana já demonstra maturidade no domínio das sombras e tem uma técnica que impressiona. Me causou admiração a maneira como ela encara o desafio de reproduzir até os retratos mais complexos, conseguindo um resultado muito belo no seu hiperrealismo", aponta o também ilustrador e chargista, que, atualmente, trabalha no jornal Estado de Minas.
Além da técnica destacada por Quinho, ele ainda consegue identificar sentimento nos desenhos de Ana. "Sinto nos trabalhos dela uma paixão verdadeira pela arte, e nem todo artista desse estilo possui essa característica, que difere o mecânico do artístico. Enfim, não sei de qual 'espaçonave' ela desceu, mas é muitíssimo bem-vinda", brinca o cartunista.