
O problema é que a versão 3D do filme, que está em cartaz nos cinemas, tem causado mal-estar nos espectadores, inclusive com casos de vertigem extrema, náuseas e, até, vômito. Em entrevista recente à imprensa norte-americana, Robert Zemeckis admitiu ter utilizado ângulos de filmagem especiais e outras técnicas para provocar vertigem nas pessoas que assistem A Travessia. Tudo, de acordo com o diretor, foi feito com a intenção de dar mais realismo à sua produção.
O motivo do mal-estar está diretamente relacionado aos efeitos 3D, de acordo com o médico Cheng T-Ping, presidente da Sociedade Mineira de Otorrinolaringologia. "Filmes em três dimensões causam um conflito no cérebro, que pode levar às náuseas e, em casos mais extemos, ao vômito e até convulsões, em pessoas predispostas a ataques epiléticos. Isso ocorre porque o corpo está parado, mas, as imagens na tela passam a falsa sensação de movimento", explica o especialista.
Para prevenir problemas durante sessões de cinema como essa, o médico recomenda que o espectador sente nas poltronas mais distantes da tela, e mantenha uma postura mais adequada, com os dois pés sempre no chão e os braços repousados nos apoios da cadeira.
Outra medida recomendada pelo otorrino Cheng T-Ping é evitar alimentos com alto teor de gordura, açúcar ou cafeína antes de assistir a filmes 3D. "Geralmente, o mal-estar em sessões de cinema, bem como em passeios de barco e viagens, não é grave e desaparece rapidamente. Quanto mais experiências como essas, melhor para organismo, que tende a se adaptar às situações que causam vertigem", esclarece o médico.