Em segundo lugar aparece Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha, um dos filmes mais importantes do movimento do Cinema Novo. Vidas Secas, de Nelson Pereira dos Santos, baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos, lançado em 1963, fecha o pódio brasileiro, na terceira posição.
A lista não se limitou aos longas, com Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado, sendo o curta mais votado, ocupando a 13ª colocação. Também não houve distinção entre ficção e documentário, gênero que tem em Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho, o seu representante melhor ranqueado, no quarto posto.
O levantamento da Abraccine é o ponto de partida do livro Os 100 Melhores Filmes Brasileiros, que será lançado em 2016, pela editora Letramento, primeiro de uma série de publicações coordenada pela entidade. O livro reunirá ensaios de cada um dos filmes mais votados, escritos pelos principais críticos de cinema do país.
"Foram citados 379 filmes, número surpreendente para uma cinematografia construída sobre ciclos. Mesmo os que ficaram de fora dos 100 melhores têm a sua contribuição na história do cinema do país, o que nos ajuda a perceber a grandeza de nossa produção", observa Paulo Henrique Silva, presidente da Abraccine.
Ele registra que os principais movimentos estão representados no ranking, dos diretores pioneiros como Humberto Mauro e Mario Peixoto e da chanchada à fase de retomada da produção nacional, passando pelo Cinema Novo e pelo Udigrudi. Também não foram esquecidos diretores que tiveram uma carreira singular no cinema brasileiro.
É o caso de José Mojica Marins, o criador do personagem Zé do Caixão, durante muitos anos o único realizador a trabalhar com o terror. Marins aparece três vezes na lista, com À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), 46º posto, O Despertar da Besta (1969), 55º, e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), 90º.
Glauber Rocha é o diretor com maior número de citações: cinco. Foram lembrados Deus e o Diabo na Terra do Sol (2º), Terra em Transe (5º), O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (33º), A Idade da Terra (57º) e Di (88º).
Confira abaixo o ranking da Abraccine:
- Limite (1931), de Mario Peixoto
- Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha
- Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos
- Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho
- Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha
- O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla
- São Paulo S/A (1965), de Luís Sérgio Person
- Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles
- O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte
- Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade
- Central do Brasil (1998), de Walter Salles
- Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco
- Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado
- Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman
- O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho
- Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho
- Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho
- Bye Bye, Brasil (1979), de Carlos Diegues
- Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias
- São Bernardo (1974), de Leon Hirszman
- Iracema, uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna
- Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri
- Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra
- Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro
- Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci
- A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968), de Roberto Santos
- Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos
- Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho
- Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos
- Tropa de Elite (2007), de José Padilha
- O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade
- Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci
- Santiago (2007), de João Moreira Salles
- O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha
- Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha
- O Invasor (2002), de Beto Brant
- Todas as Mulheres do Mundo (1967), de Domingos Oliveira
- Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Julio Bressane
- Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto
- Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra
- O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga
- A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral
- Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla
- SuperOutro (1989), de Edgard Navarro
- Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach
- À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins
- Terra Estrangeira (1996), de Walter Salles e Daniela Thomas
- A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla
- Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos
- Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach
- A Margem (1967), de Ozualdo Candeias
- Toda Nudez Será Castigada (1973), de Arnaldo Jabor
- Madame Satã (2000), de Karim Ainouz
- A Falecida (1965), de Leon Hirzman
- O Despertar da Besta – Ritual dos Sádicos (1969), de José Mojica Marins
- Tudo Bem (1978), de Arnaldo Jabor (1978)
- A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha
- Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles
- O Grande Momento (1958), de Roberto Santos
- O Lobo Atrás da Porta (2014), de Fernando Coimbra
- O Beijo da Mulher-Aranha (1985), de Hector Babenco
- O Homem que Virou Suco (1980), de João Batista de Andrade
- O Auto da Compadecida (1999), de Guel Arraes
- O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto
- A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Junior
- O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luís Sérgio Person
- Ônibus 174 (2002), de José Padilha
- O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane
- Meu Nome é... Tonho (1969), de Ozualdo Candeias
- O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz
- Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert
- Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bondanzky
- Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda
- Estômago (2010), de Marcos Jorge
- Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes
- Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira
- Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias
- Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1976), de Hector Babenco
- O Viajante (1999), de Paulo Cezar Saraceni
- Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach
- Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina
- O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho
- A Marvada Carne (1985), de André Klotzel
- Sargento Getúlio (1983), de Hermano Penna
- Inocência (1983), de Walter Lima Jr.
- Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis
- Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko
- Di (1977), de Glauber Rocha
- Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade
- Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), de José Mojica Marins
- Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia
- Chuvas de Verão (1977), de Carlos Diegues
- Dois Córregos (1999), de Carlos Reichenbach
- Aruanda (1960), de Linduarte Noronha
- Carandiru (2003), de Hector Babenco
- Blá Blá Blá (1968), de Andrea Tonacci
- O Signo do Caos (2003), de Rogério Sganzerla
- O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger
- Meteorango Kid, Herói Intergalactico (1969), de Andre Luis Oliveira
- Guerra Conjugal (1975), de Joaquim Pedro de Andrade*
- Bar Esperança, o Último que Fecha (1983), de Hugo Carvana*
*Empatados na última colocação, com o mesmo número de pontos