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Ibogaína que será usada por Leo Dias é proibida no Brasil

Substância é originária de uma planta africana


postado em 17/09/2018 17:28 / atualizado em 17/09/2018 17:41

No Fofocalizando de sexta, dia 14 de setembro, o apresentador Leo Dias (alto) se despediu dos colegas para iniciar um tratamento contra o vício em cocaína(foto: Instagram/leodias/Reprodução)
No Fofocalizando de sexta, dia 14 de setembro, o apresentador Leo Dias (alto) se despediu dos colegas para iniciar um tratamento contra o vício em cocaína (foto: Instagram/leodias/Reprodução)

Depois de se despedir dos colegas no programa Fofocalizando, do SBT/Alterosa, na sexta, dia 14 de setembro, o jornalista e apresentador Leo Dias, de 43 anos, já teria iniciado o tratamento contra o vício em cocaína. Ele fará uso de ibogaína, substância extraída da raiz da planta africana iboga, e que supostamente daria alucinações fortíssimas que ajudariam na perda do vício.

"Venho aqui esclarecer as minhas palavras. Não quero ser 'o culpado', porque senão eu me torno algoz de mim mesmo. Eu estou sentindo agora as consequências das minhas escolhas e estou conscientemente assumindo a responsabilidade disso. Sem culpas! Fiz porque foi bom, fiz por um 'caralhão' [sic] de motivos, e acima de tudo, fiz porque quis", publica Leo Dias no Instagram, na quinta, dia 13 de setembro. Ele tem mais de 1,7 milhão de seguidores na rede social de imagens.

O apresentador chegou a ser internado em 2012 para tratamento do vício em cocaína, mas não adiantou.

Apesar de ser usada em rituais e de ter supostos benefícios para o corpo, a ibogaína não possui aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Como a substância é produzida fora do país e ainda não passou por nenhuma análise da Anvisa, sua comercialização em todo território nacional é proibida.

A agência reguladora lembra que existe uma lista com as substâncias sujeitas a controle especial. "No Brasil, são consideradas substâncias sujeitas a controle especial aquelas elencadas nas listas do Anexo I da Portaria SVS/MS 344/98. A ibogaína não consta de nenhuma destas listas. Portanto, nem a planta nem as substâncias dela extraídas estão sujeitas a controle especial no Brasil", diz a Anvisa em sua página oficial. Além disso, a agência determina a proibição da ibogaína por meio do Art. 5º da RDC 204/2006.
A Tabernanthe iboga, de onde é extraída a ibogaína, é uma planta africana e seu uso não é permitido oficialmente no Brasil(foto: Wikimedia/Reprodução)
A Tabernanthe iboga, de onde é extraída a ibogaína, é uma planta africana e seu uso não é permitido oficialmente no Brasil (foto: Wikimedia/Reprodução)

Muitos sites divulgam propagandas e textos com afirmando que a substância seria desintoxicante e que auxiliaria até no tratamento contra drogas como maconha e cocaína. Porém, como mostra a Anvisa, essa afirmação não possui comprovação. "Além disso, não foram apresentados estudos clínicos, técnicos ou científicos acerca da ibogaína. Portanto, não se pode afirmar que esta substância tem, de fato, efeitos medicinais", alerta a agência.

Uma matéria publicada no site da revista Super Interessante no final do ano passado revelou que o extrato da raiz da iboga, na verdade, possui efeitos alucinógenos muito fortes, podendo até induzir o usuário ao coma.

A planta

Originária do continente africano, a planta de nome Tabernanthe iboga é utilizada em cerimoniais da religião bwiti, originária do Gabão, na África. Os povos que seguem a bwiti fazem uso da ibogaína em seus rituais.

(com portal da Anvisa)

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