
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) acaba de reconhecer a literatura de cordel – gênero literário de grande apelo popular – como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. A decisão foi tomada por unanimidade na quarta, dia 19 de setembro, pelos membros do conselho no Rio de Janeiro.
"Poetas, recitadores, editores, ilustradores, desenhistas, artistas visuais, artistas de xilogravura e vendedores de livros podem celebrar essa conquista notável", declara o Iphan em nota enviada à imprensa.
O cordel é fonte de comércio e sustento para um grande número de brasileiros. Apesar de ter nascido nas regiões norte e nordeste do país, essa forma popular de literatura, baseada em poemas repletos de rimas, acabou se espalhando por todo o Brasil, especialmente como resultado da migração.
História
A literatura de cordel surgiu como parte da cultura brasileira no final do século XIX. O gênero foi construído por meio da conexão da tradição oral e escrita na formação da sociedade brasileira, e inclui fortes ligações com culturas africanas, indígenas, europeias e árabes. Alguns de seus elementos remontam à Idade Média e estão associados às cantigas cantadas e recitadas.
Originalmente, a frase literatura de cordel não se referia a um gênero literário em particular, mas adquiriu o nome porque os livros eram exibidos ao público pendurados em cordões, como roupas secando no varal.
O Iphan lembra que os poetas folclóricos brasileiros do século XIX reuniram os elementos próprios de suas regiões e criaram uma maneira única de fazer poesia, que se transformou numa das formas de expressão mais importantes do país.
Os livros de cordel também são reconhecidos pelas xilogravuras monocromáticas que ilustram os poemas. Os desenhos, originalmente, eram impressos por meio de carimbos feitos em madeira.
(com Agência Brasil)