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Estado de Minas MÚSICA

Maestro mineiro lança livro com partituras comentadas

Obras Pós-Modernas para Piano traz oito composições do belo-horizontino Andersen Viana, premiado no Brasil e no exterior e professor da Fundação Clóvis Salgado


postado em 11/03/2020 15:56 / atualizado em 12/03/2020 10:32

Obras Pós-Modernas para Piano (capa à esq.), lançado pela editora Autêntica, traz partituras comentadas de oito obras de Andersen Viana (foto à dir.)(foto: Editora Autêntica/Divulgação e Branca M. de Paula/Divulgação)
Obras Pós-Modernas para Piano (capa à esq.), lançado pela editora Autêntica, traz partituras comentadas de oito obras de Andersen Viana (foto à dir.) (foto: Editora Autêntica/Divulgação e Branca M. de Paula/Divulgação)
Premiado em diversos festivais internacionais e dono uma carreira sólida na música erudita, o maestro mineiro Andersen Viana lança, em Belo Horizonte, o livro Obras Pós-Modernas para Piano. A publicação traz partituras comentadas de oito das 413 composições de sua autoria.

O regente, que nasceu em Belo Horizonte, é doutor em Música pela Universidade Federal da Bahia e atua como compositor e professor, lecionando diversas disciplinas na consagrada Fundação Clóvis Salgado, na capital mineira. Andersen Viana estudou, ainda, em instituições nacionais, como a UFMG, e internacionais, como a Academia Filarmônica Real de Bologna e Academia de Artes de Roma, ambas na Itália.

Além disso, em 2002, ele dirigiu a renomada Filarmônica de Morávia, da República Tcheca, durante uma gravação, e, em 2007, gravou obras de sua autoria com a Orquestra Sinfônica Russa Estatal de Cinema, de Moscou.

O lançamento do livro Obras Pós-Modernas para Piano ocorre na quinta-feira (12 de março) às 18h, na livraria Quixote (Rua Fernandes Tourinho, 274, Savassi), em BH, com a presença de Viana.

Encontro conversou com o maestro sobre sua carreira e a música erudita na atualidade. Confira abaixo:

1) De onde vem sua inspiração para compor?

De um estudo aprofundado das obras musicais dos grandes mestres do passado e também da influência do pensamento musical da atualidade. Também são minhas fontes de inspiração os mais diversos experimentos musicais já realizados, em todos os tempos e todos os países, especialmente no Brasil.

2) Vivemos na era da indústria cultural, onde músicas já são criadas para fazer sucesso. Além disso, as redes sociais acabam "ditando" o que, principalmente, os jovens ouvem. Nesse contexto, qual é a posição da música erudita, sobretudo no Brasil?

A técnica, computacional ou não, infelizmente substituiu a criatividade e o processo de "artesanato artístico" por algo já esperado, padronizado e pasteurizado. São apenas padrões reproduzidos que as agências anunciam, os comerciantes vendem e o público consome. Porém, felizmente, a maioria dos artistas ainda desenvolvem produtos, ideias e conceitos inovadores. Vejo que os próprios meios de comunicação não dão a merecida atenção à música acadêmica (erudita). Penso que o Brasil está alheio ao desenvolvimento intelectual, enquanto América do Norte, Europa e Oriente dão a devida atenção. Também precisamos de mais e melhores mestres da música que possam abrir determinadas janelas à um público que ainda não teve oportunidades de um maior desenvolvimento e percepção auditiva.

3) Você acredita que todas as escolas (públicas e privadas) deveriam incluir ensino de música na grade curricular? Qual seria a importância de ensinar música, sobretudo às crianças?

Todas as escolas têm um papel fundamental. Vivemos uma era de incertezas em relação à importância do conhecimento musical, mas, acredito que a música venha trazer um maior desenvolvimento cognitivo ao ser humano, e que esta atividade – à exemplo dos japoneses – possa ser iniciada aos dois anos de idade. Mais tarde, o próprio indivíduo escolherá se irá se dedicar integralmente à música ou outra atividade. Outra ação importante seria a elaboração de bons programas educativos através das instituições musicais públicas e privadas, para não falar nas televisões e rádios que poderiam incluir programas educativos musicais. Isso acontece em todo o mundo e o Brasil perdeu este trem da história. Uma das alternativas é produzir espetáculos de entretenimento de cunho popular que tenham em seu principal escopo, a educação musical culta.

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