Publicidade

Estado de Minas LITERATURA

Ilustradora mineira Anna Cunha lança seu primeiro livro autoral

A obra, chamada Origem, reflete sobre o princípio do ser humano de forma poética e com ilustrações delicadas e potentes típicas da autora


postado em 13/12/2021 11:50 / atualizado em 13/12/2021 11:50

(foto: Divulgação)
(foto: Divulgação)
A mineira Anna Cunha, premiada ilustradora com publicações dentro e fora do país, acaba de lançar o primeiro livro que ilustrou e escreveu. Segundo Cunha, a inspiração para a obra veio de uma viagem de dois meses que fez à África há alguns anos. Encontro conversou com a autora. Confira:

Qual foi a inspiração para o livro?

A inspiração para o livro surgiu numa viagem que fiz pela África, há uns anos. Foram dois meses silenciosos numa travessia de caminhão por lugares tão remotos quanto potentes em uma força de síntese, de despojamento. Me marcou muito observar as crianças, sem brinquedos fabricados ou construídos, numa lógica de posse e de relação com os objetos radicalmente distinta da nossa, em constante - e fascinante - brincar com o corpo, com a dança, com a música e com as coisas da natureza. Comecei a pensar e rabiscar ali alguma espécie de atravessamento de infâncias - da história, da vida humana coletiva e singular de cada um. Nesta espécie de tempo antes do tempo... Os enigmas da origem na realidade sempre me espantaram e de algum modo acabam costurando também algum trajeto na minha vida - da biologia, à ilustração, à literatura infantil.

Qual é a diferença entre ilustrar um livro de outro autor e um que você também escreveu?

Pergunta difícil! Acho que em grande parte a experiência de criar um livro em parceria ou sozinha é bastante parecida pra mim, pois mesmo quando me cabe apenas a ilustração, eu me preocupo e me esforço profundamente em criar uma narrativa própria, que conte alguma outra história para além do texto verbal. Ainda que somente dentro do campo da visualidade, existe sempre um trabalho árduo em busca de poesia, sequência, ritmo, argumento, que se aproxima de alguma forma da escrita. Mas estar sozinha traz também mais liberdade e risco, torna a teia entre texto e imagens mais espontânea, intuitiva e aberta.

O livro fala de infância... mas é um livro infantil?

É definitivamente um livro sem tempo, para todas as idades.

Os comentários não representam a opinião da revista e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação

Publicidade